A Parvalorem atribuiu a um grupo de altos quadros da empresa, ex-responsáveis do antigo BPN, 23 “viaturas familiares” topo de gama e várias regalias associadas como o pagamento do combustível até 300 euros por mês.
O mesmo relatório da Inspeção Geral das Finanças à Parvalorem que revelou que há dois antigos diretores do BPN que recebem mensalmente um salário superior ao do Presidente da República, concluiu ainda que a empresa pública atribuiu a um grupo de altos quadros da empresa 23 “viaturas familiares” topo de gama.
No relatório, a IGF revela “quanto ao package salarial praticado” pela empresa, “a atribuição de viaturas a dirigentes e outros trabalhadores, resultantes do Acordo de Trabalho celebrado com o BPN antes da nacionalização, e que se consubstancia na utilização para uso próprio sem qualquer restrição de 23 viaturas familiares” de topo de gama – “viaturas premium da marca Mercedes, BMW, Audi e VW“.
O jornal Público avança ainda que a empresa pública presidida por Francisco Nogueira Leite assume o “pagamento de combustível“, com um “limite de consumo mensal até 300 euros”, bem como de parques de estacionamento, Via Verde, manutenção, seguros, entre outras coisas, que, no entender da IGF, configuram “um complemento remuneratório”.
Além disso, a IGF constata ainda que uma significativa percentagem dos trabalhadores aufere “remunerações elevadas, quer quando comparadas com o setor das Administrações Públicas quer com o Privado”.
Analisando a tabela das remunerações brutas da Parvalorem constata-se que 67 trabalhadores leva para casa menos de 1500 euros e 64 recebem entre 1500 e três mil euros. Os restantes 44 ex-bancários têm salários acima dos três mil euros: 29 auferem entre três mil e cinco mil euros, 13 entre cinco mil e 10 mil euros e há dois casos que superam os 10 mil euros.
Desde que o BPN colapsou, e 2008, alvo de uma mega burla que gerou um prejuízo de sete mil milhões de euros para o Estado, muita coisa mudou. No entanto, a IGF sublinha que “a totalidade dos trabalhadores da Parvalorem já tinha o respetivo enquadramento contratual no BPN”, e que os direitos e as garantias foram preservados.
Este relatório da IGF resulta de uma auditoria que identifica um quadro de falta de controlo e de cumprimento das regras de transparência na gestão de uma empresa pública.
Fonte: ZAP