Emanuel Martins, antigo presidente da Fundação “O Século”, terá recorrido ao dinheiro da Fundação para pagar hotéis e casas de animação noturna em Lisboa, revela uma análise às contas bancárias da IPSS.
Estas despesas estão a ser investigadas pelo Ministério Público, tal como os cerca de 10 mil euros que Emanuel Martins terá gasto, no espaço de um ano e meio, na iTunes Store, uma loja virtual que vende músicas, livros, filmes ou séries.
A revista Visão, que avança com a notícia nesta quinta-feira, recorda que Emanuel Martins foi constituído arguido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Sintra por suspeitas de abuso de poder e de peculato.
“Fiz sempre o que achei que era melhor para a Fundação. Já disse ao Ministério Público o que tinha a dizer sobre essas despesas”, disse Emanuel Martins contactado pela revista.
“Tenho a certeza de que aquilo que gastei não foi para me servir a mim, mas para servir a Fundação. O resto foram despesas que assumi e que deveriam ter sido refletidas nas contas, se elas não estivessem atrasadas”, sustentou.
Está ainda a ser investigada outra ação do ex-presidente da Fundação relacionada com um adiantamento de 2 milhões de euros dado pela Bristish Petroleum (BP Portugal), em 2016, numa altura em que Emanuel Martins viu refutado um pedido de empréstimo desse montante junto do BCP.
Em 2014, a Câmara Municipal de Lisboa cedeu a exploração de um posto de combustível à fundação, como contrapartida pela perda das receitas da Feira Popular. Ao pedir o adiantamento dos 2 milhões de euros à BP, que gere esse posto de combustível, Emanuel Martins terá condenado a Fundação “O Século” a perder rendas futuras no valor de 3,5 milhões de euros.
Emanuel Martins deixou a gestão da IPSS em março, depois de ser constituído arguido pelo Ministério Público. Mas, antes de deixar o cargo de presidente da fundação “O Século”, vendeu o carro da instituição.
Fonte: ZAP