Mais de 100 pessoas apresentaram sintomas de contaminação pelo protozoário Cyclospora cayetanensis depois de comerem a salada do McDonald’s, nos Estados Unidos.
Mesmo que seja com a melhor das intenções, pedir uma salada no McDonald’s pode não ser uma boa ideia. Um surto da bactéria Cyclospora já infetou mais de 100 pessoas desde maio em Iowa e Illinois, nos Estados Unidos, e vários casos estão ligados a saladas da gigante de fast food.
Em Illinois, foram registados cerca de 90 casos desde meados de maio, com um quartos das vítimas a relatar que comeram saladas do McDonald’s pouco antes de adoecerem. Em Iowa acredita-se que, pelo menos, 15 pessoas tenham comido essas saladas antes de desenvolver uma infeção por ciclosporíase, desde o final de junho até ao início de julho.
“As pessoas que comeram estas saladas desde meados de junho e apresentaram sintomas de diarreia e fadiga devem procurar um médico para garantir um diagnóstico preciso e um tratamento adequado”, aconselhou Patricia Quinlisk do Departamento de Saúde Pública de Iowa.
A bactéria Cyclospora cayetanensis é um protozoário unicelular que reside exclusivamente em humanos. Foi identificada na década de 1970 mas só nos anos 90 é que os médicos perceberam que a Cyclospora podia ser uma fonte de doenças transmitidas através de alimentos.
Assim, o protozoário Cyclospora cayetanensis entra no corpo humano através do consumo de comida ou água contaminada, causando problemas intestinais. Os sintomas podem fazer-se sentir uma semana depois do consumo, sendo os mais comuns diarreia forte, perda de apetite, perda de peso, cólicas, náuseas, gases e fadiga. No entanto, importa salientar que nem todas as pessoas infetadas adoecem.
De acordo com o Gizmodo, esta bactéria espalha-se através de oocistos (um estágio inicial da vida de alguns parasitas) presentes nas fezes. No entanto, ao contrário de outro tipo de bactérias, estes oocistos precisam de uma semana ou duas no ambiente externo para amadurecer antes de se tornarem infecciosos.
Num comunicado, emitido na passada sexta-feira, a cadeia de fast food disse estar a trabalhar com as autoridades nos estados afetados, adiantando que irá suprimir a venda destas saladas em todos os restaurantes nos quais os casos foram descobertos, pelo menos até encontrarem um novo fornecedor da mistura de alface.
Espera-se que esta mudança afete mais de 3.000 restaurantes em 14 estados norte-americanos. Além de Iowa e Illinois, os restantes estados são Indiana, Ohio, North Dakota, South Dakota, Michigan, Minnesota, Montana, Nebraska, Wisconsin, Wyoming, Kentucky, e West Virginia.