Avós portugueses residentes em vários países vão criar um bosque, na serra do Marão, em Amarante, com centenas de árvores que adotarão os nomes dos netos, contou hoje à Lusa o mentor da ideia.
José Claudino Silva, de 67 anos, de Amarante, explicou que, atualmente, estão inscritos dezenas de avós residentes na Austrália, Suíça, França, Espanha e Moçambique, entre outros países, que representam cerca de 180 netos, mas esse número, previu, deverá aumentar nas próximas semanas.
Por cada neto, o avô aderente à ideia plantará uma árvore, anotou, referindo haver casos de avós com 10 netos e que, por isso, terão de plantar uma dezena de exemplares na serra do Marão.
A ideia do bosque dos avós, como se designa o projeto, surgiu durante um passeio que o mentor realizava pelo Marão.
“Na época de fogos andei a visitar o Marão, vi aquilo tão despido e achei que poderia fazer algo”, contou.
José Claudino deseja “criar um bosque, num terreno baldio, que “toque nas pessoas”, que possa ser visitado e que não permita que alguém lhe chegue o fogo”, daí a ideia de se batizar cada árvore com o nome de um neto, para se criar uma maior ligação à comunidade.
A campanha em curso para dar corpo à ideia chama-se “Vamos plantar o Bosque dos Avós, porque os nossos netos merecem um mundo + verde” e tem envolvido cada vez mais pessoas.
As redes sociais têm ajudado a promover a ideia e a permitir o contacto entre os que desejam associar-se à dinâmica do projeto.
“Queremos criar um bosque bonito que possa ser visitado e utilizado para convívios familiares”, reforçou, entusiasmado.
As árvores vão ser sinalizadas com um número e registadas por sistema GPS.
“Os meus netos e os netos de outros participantes vão saber onde está a respetiva árvore”, explicou.
A ação de plantação vai decorrer a 24 de março e conta com o apoio da União de Freguesias de Aboadela, Sanche e Várzea, que irá coordenar a atribuição das árvores e o seu ordenamento no baldio. As árvores serão disponibilizadas pelo Parque Florestal de Amarante.
José Claudino Silva deseja que ações de plantação ocorram todos os anos no “Bosque dos Avós”, porque o terreno baldio tem espaço para muitas árvores.
“Pretendemos que todos os anos haja avós, pais, tios, padrinhos, para plantar árvores com nomes dos familiares”, concluiu.