De acordo com um novo estudo, a dependência do álcool tem uma relação direta com as alterações climáticas: quanto mais frio é o clima e menos sol há, mais as pessoas tendem a consumir bebidas com álcool.
O novo estudo, publicado no fim de outubro na revista Hepatology, contou uma equipa internacional de cientistas do México, Espanha e Estados Unidos.
Para a investigação, os especialistas estudaram dados de 193 países soberanos – incluindo os 50 estados e os 3.144 municípios norte-americanos – a partir de informações da Organização Mundial da Saúde e da Organização Meteorológica Mundial.
As conclusões da pesquisa sugerem que a temperatura média anual e o número anual de horas solares têm uma “correlação inversa” com o consumo de álcool anual per capita.
Tendo isto em conta, os cientistas afirmam que os problemas relacionados com o dependência do álcool – como a cirrose hepática – são mais comuns em países frios. Os especialistas acreditam que estes números podem ser causados pelo desejo das pessoas “aquecerem” ou até mesmo de “fugir da depressão” causada pela falta de dias de sol.
O álcool é um vasodilatador, ou seja, é uma substância que aumenta o fluxo de sangue quente para a pele, que é repleta de sensores de temperatura. Por este mesmo motivo, consumir álcool pode aumentar a sensação de calor.
“É algo que toda a gente já assume há décadas, mas ninguém o demonstrou cientificamente. Por que bebem tanto as pessoas que vivem na Rússia? Em Wisconsin? Toda a gente acredita que é porque faz frio”, disse Ramon Bataller, autor do estudo.
Não obstante, notam os cientistas, o alcoolismo está, em termos globais, em declínio.