Crónica: “NA HORA DE SOMAR DIVIDIMOS”

Castelo de Paiva,município situado no denominado Douro Litoral, morfologicamente atractivo, tem sido palco de luta de interesses que o têm inibido de se afirmar, desenvolver os argumentos que, naturalmente, fariam dele um município de excelência.

Temos chegado a destempo aos encontros!

No fim do século dezanove, quando Martinho, futuro Senhor de Paiva, criou laços de amizade (interesses) com D.Carlos, da coroa de Portugal, estariam criadas as condições para a criação da região Terras de Payva, ainda mais pela criação do Condado entregue a D. Martinho. O assassinato de D. Carlos Rei de Portugal em 1908, tudo mudou para Castelo de Paiva, e a relação de interesses, boa, para o município extinguiu-se, mais, derivou para o conflito porque entretanto Portugal passou a República.

Hoje, quando olhamos para Castelo de Paiva, quatro décadas após a revolução dos cravos, observado as águas que correm nos leito dos vários rios e ribeiras que banham o “nosso” território municipal somos assaltados por sentimentos, escreverei, de angústia, e angústia porquê? Porque mais uma vez não soubemos medir o tempo de chegada, continuamos a ter os privilégios com que a natureza nos brindou, continuamos, contudo, a ter que emalar alguns pertences e procurar outras paragens que nos facultem as oportunidades que não sabemos criar na nossa terra, tudo porque; preferimos condescender em vez de lutar; em vez de agir preguissamos; na hora de somar dividimos.

Sossegando-te, sossegando-me, ainda estamos a tempo de inverter esta nossa cultura, para muitos sina, de chegar a destempo trazendo para o nosso raio de acção um tempo, que dará trabalho, que catapulte Castelo de Paiva.

Manuel Vieira

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