Um projecto de sucesso
No final da década de noventa do século passado seis autarcas do Vale do Sousa, onde me incluía, juntamente com a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte e a Diocese do Porto, desencadearam um processo tendente a criar uma Rota do Românico na região do Vale do Sousa.

Numa primeira fase, procederam-se a obras de restauro e conservação de monumentos que marcam o Românico nessa região e fizeram-se estudos de valorização e salvaguarda da envolvente a esses monumentos.
Numa segunda fase, houve a qualificação de recursos humanos e produziu-se materiais informativos, um guia turístico, uma brochura de apresentação, um mapa de bolso, um sítio na net e peças de merchandising.
O principal objectivo foi o de criar um produto de turismo reliogioso, colocando o Vale do Sousa no mapa de uma das actividades mais rentáveis do nosso País.
Para além das entidades supra referidas estiveram envolvidas a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos nacionais, o antigo IPAR e o Instituto de Turismo de Portugal.
Mas para que tudo isto fosse possível, foi determinante uma viagem feita, no mandato 2005-2009, à forte região do Românico, na Borgonha (França). Liderados pela então Vice –Presidente da CCDR-N, Dra. Cristina Azevedo, os seis autarcas do Vale do Sousa ganharam ali luzes importantíssimas para o futuro da Rota do Românico no Vale do Sousa.
Um aspecto importantíssimo que fizemos diferente, tem a ver com todo o material produzido e elucidativo da nossa Rota do Românico teria de ser comum e igual nos seis concelhos, em França em cada concelho havia material diferente. Depois a sinalética teria de ser igual em todo o Vale do Sousa e depois o merchandizing. Constituímos uma equipa de trabalho que rapidamente se organizou e desenvolveu esta Rota.
Foi um processo muito interessante que uniu mais uma vez os autarcas e que permitiu que hoje a Rota do Românico se tenha alargado à então criada Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa e este projecto está já desenvolvido em mais seis concelhos.
Esta Rota engloba entre outros monumentos, mosteiros e igrejas edificadas desde o Século X. “São traços comuns desenhando-se nas fachadas e na simbologia dos portais, guardam lendas e histórias que perduram desde os tempos da fundação da nacionalidade portuguesa”.
Muitas vezes não damos valor à riqueza do nosso património, e o prestigio das nossas igrejas românicas é muito grande. As mesmas carregam uma carga simbólica da época dos primeiros reis e da nossa fundação.
Portugal deve ter orgulho em projectos desta natureza e desta dimensão. Projectos que fazem gerar riqueza.
As entidades públicas foram o motor do desenvolvimento deste projecto, mas os privados foram de uma enorme importância, seja nas unidades de turismo rural e hoteleira que entretanto surgiram, seja ao nível da restauração, seja ao nível das agências de viagem e de outros agentes turísticos.
Esta Rota teve origem no legado do Românico, convidando a uma viagem muito inspiradora a lugares com uma história ímpar.
A Rota do Românico permite valorizar o património e história. É um projecto de excelência, e que não vive, nem vai viver só de equipamentos, será aquilo que a população quiser.
Isto é um projecto global que leva os turistas para cinquenta e oito monumentos existentes actualmente em doze concelhos desta vasta região.
Estes monumentos que compõem esta Rota do Românico guardam testemunhos e lendas de encantar.
Estamos perante um projecto turístico bem delineado, bem pensado e que já tem os olhares das instâncias europeias.
Portugal tem neste exemplo um caso de sucesso que pode ser replicado noutras regiões do País.
Aconselho vivamente a todos aqueles que ainda o não fizeram, que façam turismo aqui dentro e visitem a região do Tâmega e Sousa e os monumentos que fazem parte desta Rota do Românico. E não se esqueça primeiro clique em www.rotadoromanico.com.
Paulo Teixeira