Ao usar este site, você concorda com a Política de Privacidade e com os Termos de Uso.
Accept
De Castelo de Paiva para todo Portugal!De Castelo de Paiva para todo Portugal!De Castelo de Paiva para todo Portugal!
Font ResizerAa
  • Home
  • Ambiente
  • Castelo de Paiva
  • Ciência
  • Cinfães
  • Economia
  • Política
  • Regional
  • Mundo
  • Saúde e Bem Estar
  • Sociedade
  • Estatuto Editorial
Reading: Crónica: E dezassete anos depois, a História repete-se
Share
Font ResizerAa
De Castelo de Paiva para todo Portugal!De Castelo de Paiva para todo Portugal!
  • Castelo de Paiva
  • Cinfães
  • Economia
  • Mundo
  • Política
  • Regional
  • Sociedade
Pesquisar
  • Home
  • Ambiente
  • Castelo de Paiva
  • Ciência
  • Cinfães
  • Economia
  • Política
  • Regional
  • Mundo
  • Saúde e Bem Estar
  • Sociedade
  • Estatuto Editorial
Follow US
© 2025 Paivense - Todos os direitos reservados. Registo ERC número 127076

Home - Crónicas - Crónica: E dezassete anos depois, a História repete-se

CrónicasOpinião

Crónica: E dezassete anos depois, a História repete-se

Redação Paivense
Last updated: 27 Novembro, 2018 11:10
Redação Paivense
Share
SHARE
Eram cerca das nove horas e quinze minutos de um domingo chuvoso, quando recebo uma chamada no meu telemóvel. Um amigo informava-me que carros dos bombeiros de Entre-os-Rios se deslocavam para a Ponte Hintze Ribeiro porque teria ocorrido um acidente com um autocarro. De imediato desloquei-me para a Ponte de Entre-os-Rios. Á medida que me ia aproximando da ponte, os gritos que se ouviam, iam dizendo o que jamais imaginara.
A tragédia da Ponte Hintze Ribeiro, a 4 de Março de 2001, lançou nas águas do Rio Douro, cinquenta e nove pessoas, trinta e seis das quais nunca chegaram a ser encontradas. Estávamos perante um dos maiores, senão o maior desastre rodoviário de sempre, ocorrido em Portugal. Aquela era a ponte que fazia a ligação entre os concelhos de Penafiel e Castelo de Paiva, encontrando-se registada como património da antiga JAE – Junta Autónoma das Estradas, pertencendo à Direcção de Estradas do Distrito do Porto.
Segunda feira, dia 19 de Novembro de 2018, dezassete anos depois, um troço de cerca de 100 metros da antiga EN255, desapareceu. Com o deslizamento de terras, duas viaturas e uma retro escavadora foram arrastadas para o fundo de uma das pedreiras de Borba que ladeiam a estrada municipal, transferida para o Municipio em 2005. Temos neste momento duas mortes confirmadas e três desaparecidos.
Agora tal como há dezassete anos era preciso informar. Informar com rigor e com precisão. O que, afinal, estava em causa eram vidas humanas.
Às duas horas e cinquenta minutos um jornalista da SIC convida-me para ir ao carro de exteriores daquela estação televisiva. Fiquei estupefacto quando em directo o super – ministro, Jorge Coelho, assume a culpa do acidente em nome do Estado e anuncia a sua demissão. Não havia memória em Portugal de um acto tão digno como este. Dezassete anos depois, em Borba e mais de oito dias depois, ainda só foi um Secretário de Estado, o da Proteção Civil.
Com efeito, o Ministro do Equipamento Social, Jorge Coelho, surpreende o País quando, em nome do Governo, se responsabilizava pelo sucedido e apresentava a sua demissão, cuidando, entretanto, de nomear uma Comissão de Inquérito liderada pelo Presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, enquanto o Governo decretava dois dias de luto nacional, e o Executivo Municipal três dias de luto concelhio. Em Borba, nada disto agora aconteceu.
Enquanto Presidente da Câmara, na altura responsabilizei o Governo pelo acidente, com a declaração de Jorge Coelho o Estado assume a responsabilidade e decide indemnizar as famílias das vítimas e os detentores de bens materiais perdidos no desastre, podendo mais tarde exercer o direito de regresso. Em Borba, nada disto ainda aconteceu.
Em Março de 2001, cada hora que passava, começava a perder a esperança de se encontrarem corpos com vida. Em Borba, em 2018, também foi e está a ser assim.
Um dia depois, dia 5 de Março, o Senhor Primeiro-Ministro, Engº António Guterres, contacta-me e informa-me das medidas que o Governo tomou e vai tomar e diz-me que está a chegar ao Concelho. Em Borba, nada disto aconteceu, e o Primeiro Ministro diz que a estrada é municipal, e que a Direcção Geral de Geologia tem 45 dias para apurar as causas.
A Procuradoria – Geral da República anuncia que foi aberto um inquérito para apurar causas e eventuais responsáveis pelo acidente. Em Borba, o Ministério Público abre um inquérito ao acidente.
O Ministro da Administração Interna, envia equipas de apoio para o terreno e vem dirigir as operações em Castelo de Paiva, apoiado pelo seu Secretário de Estado da Administração Interna. Em Borba, ainda só lá foi o secretário de Estado da Proteção Civil.
No dia 6 de Março, dá-se a chegada do Presidente da República, Jorge Sampaio, que pede calma e paciência aos portugueses. Em Borba, o Presidente Marcelo Rebelo Sousa foi no dia seguinte.
É montado um Centro de Operações em tendas enviadas para o efeito pelo Serviço Nacional de Bombeiros, pelo Serviço Nacional de Protecção Civil e pela Marinha. Em Borba, agora também foi assim.
Os «brifings» à hora do almoço e à hora dos telejornais da noite começam a ser uma realidade, no louvável intuito de informar o País – e, particularmente, as famílias das vítimas, que nem sempre tinham acesso, no local, aos pormenores que, legitimamente, gostariam de conhecer, da operação em curso – acerca da evolução dos trabalhos, difíceis e complexos, no local. Em Borba também está a ser assim.
”.
Em 2001, quatro dias depois do acidente, a impetuosidade do rio tornava impossível a utilização de mergulhadores, apesar de estarem presentes no local. Em Borba o mesmo aconteceu.
Sob intervenção do novo Ministro do Equipamento Social, Dr. Ferro Rodrigues, demite-se o Presidente do Conselho de Administração do Instituto de Estradas de Portugal. Em Borba, ninguém se demitiu em nenhum organismo desconcentrado da Admin istração Central.
A lição fora aprendida, mas tarde. Muito tarde! Era o preço da surdez manifestada, sempre, antes de 4 de Março: desde Abril de 1974 e até 4 de Março de 2001 o livro de honra da Câmara Municipal regista a visita oficial de cerca de vinte e seis governantes. Após quatro de Março de 2001, e num curto espaço de quarenta e três dias visitaram o concelho dezanove governantes, incluindo o Presidente da República, tendo alguns estado presentes mais do que uma vez.
Em 2001, António Costa era Ministro da Justiça, em Borba, é Primeiro Ministro.
Entretanto na Assembleia da República, os deputados indigitados para o Inquérito Parlamentar sobre “as causas, consequências e responsabilidades do acidente resultante do desabamento da Ponte sobre o Rio Douro, em Entre-os-Rios, tendo em vista o integral esclarecimento e a apreciação política. Em Borba, nada disto aconteceu. Perguntas que em 2001, a Comissão de Inquérito fez e que sobre Borba ainda nada se sabe:
a) das causas e das responsabilidades do acidente no quadro da obrigatoriedade para o Estado do integral cumprimento das leis e dos regulamentos aplicáveis;
b) da organização e funcionamento do sistema de conservação e reparação deste tipo de infra-estruturas, incluindo a apreciação da evolução das respectivas rotinas ao longo dos diversos enquadramentos orgânicos e funcionais dos serviços;
c) das opções e comportamento dos governos constitucionais em matéria de obras públicas e, nomeadamente, quanto às preocupações com a conservação e segurança dessas obras;
d) da actividade nestes domínios das administrações dos institutos públicos e outras entidades públicas de âmbito Nacional, regional ou local que por lei tenham tido responsabilidade na execução dessas políticas”;
e) Em que condições a via nacional passou, em 2005, para a esfera municipal ?
Tudo isto deixa os portugueses perplexos, e em reflexão.
Dezassete anos depois tudo volta acontecer. Pelo meio também caiu, em Águeda, a Ponte da antiga nacional 1 sobre o Rio Vouga, pelo meio houve o incêndio de Pedrogão em 2017, pelo meio houve muitos outras tragédias por incúria do Estado.
Saibamos definitivamente tirar todas as ilações, e de uma vez por todas, este tipo de tragédias têm de acabar.
Paulo Teixeira

Paulo Teixeira


  • Espaço livre para publicações de crónicas e poemas. Os textos não são editados nem alterados.
  • A responsabilidade pelo texto aqui redigido é inteiramente do autor e seu envio é registado via assinatura digital. 
  • Tens uma crónica ou um poema? Enviem-nos para info@novo.paivense.pt mf@pressmf.global ou por mensagem em nossa página no Facebook.
Share This Article
Email Copy Link Print
Previous Article Bizarro crânio “extraterrestre” encontrado na China
Next Article Dias abertos na piscina termal de Amarante
Sem comentários

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

1 + three =

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Outras

Variante à EN 222: lançado concurso para conclusão dos 8,8 km em falta

A empreitada, promovida pela Infraestruturas de Portugal (IP), representa um investimento base de 78,5 milhões de euros e tem como…

GNR DETETA DOIS INDIVÍDUOS POR ROUBO E RECEPTAÇÃO EM PENAFIEL

O Comando Territorial do Porto, por intermédio do Núcleo de Investigação Criminal…

Últimos dias para cadastro na Penafiel Run’25

A Prefeitura de Penafiel recorda que estão disponíveis até o próximo dia…

- Advertisement -
Ad imageAd image

Você também pode gostar

Crónica: Os Penedos de São Domingos

De 2000 a 2003 o Monte de São Domingos localizado na União de Freguesia da Raiva, Pedorido e Paraíso foi…

Crónica: Vinte mulheres já perderam, este ano, a vida por perderem o rumo da vida

Cristina Alexandra Cardoso, é o caso mais recente de uma Mulher que viu chegar a morte de forma precoce. Em…

Crónica: É CARNAVAL NINGUÉM LEVA A MAL…

Os Membros da Assembleia Municipal e da Câmara Municipal do PS parecem ter agendas diferentes para Castelo de Paiva, será…

Crónica: Rui Rio com uma mão de opositores e outra de ideias vazias

No rescaldo autárquico, Pedro Passos Coelho assume que não reúne condições para continuar à frente do Partido Social Democrata, para…

De Castelo de Paiva para todo Portugal! logo paivense

Regional

  • Castelo de Paiva
  • Cinfães
  • Paredes
  • Penafiel
  • Tamega e Sousa

Cotidiano

  • Desporto
  • Economia
  • Educação
  • Mundo
  • Política

Saúde

  • Ciência
  • Coronavírus
  • Medicina
  • Saúde e Bem Estar
  • Saúde Pública

Cultural

  • Arte
  • Carnaval
  • Cultura
  • Literatura
  • Música

Mais

  • Beleza
  • Curiosidade
  • Internet
  • Opinião
  • Sociedade

Visão: Relevância, verdade, agilidade, credibilidade e eficiência / Contacto: info@paivense.pt / mf@pressmf.global

© 2025 Paivense – Todos os direitos reservados. Registo ERC número 127076
Welcome Back!

Sign in to your account

Username or Email Address
Password

one × 4 =

Lost your password?