O Estado impediu Joe Berardo de tentar vender, em 2018, um conjunto de 16 quadros da Coleção Berardo que estão integrados no acordo celebrado com o empresário madeirense e a Associação Coleção Berardo (ACB) em 2006 e renovado em 2016.
Segundo avançou o Correio da Manhã esta segunda-feira, entre essas obras de arte estavam pinturas de Francis Bacon e Gerhard Richter.
A ACB, dona da Coleção Berardo, pediu, em 2018, à Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), entidade tutelada pelo Ministério da Cultura, para expedir para o Reino Unido 16 obras da Coleção Berardo para eventual venda.
Após análise, o DGPC negou o pedido, dado que os 16 quadros “são parte integrante do conjunto designado por Coleção Berardo que aquela Associação se obrigou a manter em comodato [empréstimo gratuito] na Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Coleção Berardo pelo período de seis anos, renováveis automaticamente”.
A DGPC frisou também que o Estado tem direito de opção de compra da Coleção Berardo, que começou a ser construída em 1993. Francisco Capelo, ex-braço-direito de Joe Berardo, foi o colecionador de arte que lhe deu forma. A coleção é composta por 862 obras – Capelo comprou 594 obras -, a maioria pinturas, havendo também fotografias e esculturas.
A Coleção Berardo reúne obras de grandes artistas internacionais: além de Francis Bacon, há também Andy Warhol, Gerhard Richter, Joan Miró.
Isabel Pires de Lima, ex-ministra da Cultura, disse que a Coleção Berardo “foi avaliada de forma bastante contida pela Christie’s. Supomos que a razão por que foi avaliada em baixa seria porque a Christie’s estava interessada em comprá-la”.
Segundo a própria, “a coleção foi comprada com coerência, não nasceu do gosto de [Joe] Berardo mas por alguém a quem foi atribuída essa tarefa.” Para a ex-ministra, que negociou o acordo do Estado com este, “há obras de pintores icónicos”.
TP, ZAP //
Fonte: ZAP