O ex-presidente venezuelano Hugo Chávez com o ex-primeiro-ministro português, José Sócrates
Não há sinal dos documentos dos acordos celebrados entre os Governos de Portugal e da Venezuela, em 2008, depois de uma visita de José Sócrates, então primeiro-ministro, ao país sul-americano que era, na altura, liderado por Hugo Chávez, entretanto falecido.
Apesar das “pesquisas sistemáticas” nos seus arquivos, o Ministério da Economia não conseguiu encontrar as actas da Comissão de Acompanhamento dos acordos celebrados entre Portugal e a Venezuela, em 2008, conforme avança o Correio da Manhã (CM).
“Não foram identificados os referidos documentos“, terá salientado o Ministério tutelado por Pedro Siza Vieira numa nota enviada ao juiz Ivo Rosa, no passado dia 15 de Outubro, no âmbito de um pedido feito pelo magistrado relacionado com a investigação da Operação Marquês.
Sócrates visitou oficialmente, como primeiro-ministro de Portugal, a Venezuela entre 12 e 15 de Maio de 2008, encontrando-se com Hugo Chávez que era, na altura, o Presidente do país. Desse encontro resultaram vários acordos económicos, cujas actas terão desaparecido, conforme a notícia do CM.
O Ministro Público suspeita que Sócrates beneficiou o Grupo Lena, ajudando-o a conseguir contratos de obras públicas na Venezuela, em troca de “vantagens patrimoniais” indevidas. A acusação suspeita que o ex-primeiro-ministro recebeu, pelo menos, 2,8 milhões de euros em “luvas”.
José Sócrates começou esta segunda-feira a ser ouvido, no Tribunal de Instrução Criminal, em Lisboa, no âmbito da fase de instrução da Operação Marquês, processo em que é acusado de 31 crimes.
Fonte: ZAP