A recuperação económica ainda não se faz sentir em muitas famílias portuguesas que continuam altamente endividadas e já com dificuldades no pagamento das casas que adquiriram há apenas um ano. São as conclusões da DECO que tem recebido cada vez mais pedidos de ajuda.
No primeiro semestre de 2018, a DECO, Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, “recebeu 17.400 pedidos de ajuda”, de acordo com dados revelados pela Rádio Renascença. Trata-se de um aumento de “três dezenas” em relação ao mesmo período de há um ano.
Um dado preocupante e que está associado a um aumento da taxa de esforço, isto é, o peso que a prestação mensal do crédito tem no rendimento familiar – este valor subiu para os 73% quando em 2017 andava nos 70,8%, conforme os dados do boletim estatístico da DECO citados pela Renascença.
Em 2012, ainda durante o programa de ajustamento da troika, a taxa de esforço das famílias portuguesas era de 89%.
As famílias têm em média cinco créditos, e cada família portuguesa paga, em média, prestações mensais de 798 euros, tendo um rendimento de cerca de 1100 euros, de acordo com a mesma fonte.
No âmbito do Crédito à Habitação, há casos de famílias que adquiriram casa há um ano e que já se encontram em situação de incumprimento, conforme alerta a DECO.
As famílias têm em média cinco créditos, entrando em situações de sobre-endividamento devido ao desemprego (20%), à deterioração das condições de trabalho (19%), a doença ou incapacidade (15%), a execução ou penhoras(12%), e a alteração do agregado familiar (10%), como nota a Renascença.
Fonte: ZAP