O Banco Montepio anunciou a criação do Banco de Empresas Montepio (BEM), uma nova unidade que se vai dedicar a financiar empresas com mais de 20 milhões de euros de volume de negócios. O Público avança que pode ser o “cavalo de Tróia” para o Montepio, roubando ao Banco os melhores clientes.
O ‘chairman’ do Montepio, Carlos Tavares, anunciou que o BEM – Banco de Empresas Montepio será lançado até ao final do primeiro trimestre e que “servirá as empresas do segmento médio e alto”, com volume de negócios acima de 20 milhões de euros.
De acordo com o jornal Público, o BEM pode vir a retirar até 2,3 mil milhões de euros de activos ligados a grandes clientes cumpridores do Banco Montepio nos próximos anos. Isto mantendo os activos tóxicos e as imparidades no Montepio.
“Ao deixar os activos tóxicos dentro do Banco Montepio, absorvendo apenas os rentáveis, a criação do BEM pode vir a contribuir para desvalorizar o Banco Montepio, que é o principal activo da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG)”, aponta o Público.
Em 2018, o Montepio conseguiu resultados positivos de 50,9 milhões de euros com a carteira de negócios do segmento das grandes empresas.
Carlos Tavares nega a ideia avançado pelo Público, frisando que “não há transferência de carteira de clientes do Montepio para o BEM”, conforme uma carta enviada aos colaboradores do Banco que é citada pelo Eco.
De acordo com o presidente não executivo do Montepio, “este banco pretende ocupar um espaço que está vago na banca portuguesa”, e terá 10 balcões especializados por todo o país com “serviços integrados de banca comercial e de investimento” dedicados às empresas.
O objetivo da criação deste banco é encontrar “fontes alternativas de financiamento, de mercado, capital de risco, que hoje as empresas, dado o grau de alavancagem que ainda têm, precisam urgentemente de ter disponibilizado”, segundo o ‘chairman’ do Montepio.
Fonte: ZAP