O Estado e os acionistas privados da TAP estão perto de chegar a acordo, devendo a companhia aérea escapar à nacionalização. Ainda não há fumo branco, mas o acordo sobre o futuro da TAP deverá ser fechado nas próximas horas.
Depois de a nacionalização da companhia ter sido dada como quase certa na imprensa, os privados aceitaram as condições impostas pelo Governo para um acordo na companhia, evitando assim a nacionalização “forçada”, escreve o semanário Expresso.
Depois de a SIC Notícias noticiar que estava vista um acordo e que as negociações que arrancaram nesta quarta-feira arrastaram-se para a madrugada, o jornal Público escreve agora que o acordo definitivo deve ser fechado nas próximas horas.
De acordo com o matutino, certo é já que o Estado vai reforçar a sua posição na companhia, ficando com 72,5% do capital da transportadora, Humberto Pedrosa com 22,5% e os trabalhadores com 5%. David Neeleman fica fora da equação.
As percentagens estão já definidas mas faltam acertar detalhes. Do Estado vão chegar os 1.200 milhões de euros à TAP, essenciais para a retoma da operação.
O Público escreve ainda que o Estado assume assim o controlo da empresa, podendo este crescer mais no futuro, quando se der a capitalização.
“O Conselho de Ministros deverá aprovar esta quinta-feira o reforço da posição do Estado, que detém 50% do capital e 5% dos direitos económicos, por via da diminuição da participação de David Neeleman, que detém 50% do consórcio privado Atlantic Gateway, dono de 45% da TAP”, escreve o mesmo jornal.
O Governo acredita ser possível chegar a uma solução de compromisso com os privados sem que seja necessário recorrer ao decreto de nacionalização. O primeiro-ministro disse esperar, nesta quarta-feira, uma “solução estável”, que permitisse a Portugal “manter a sua companhia [aérea]”, e que esta pudesse ser “negociada, e por acordo”, com os sócios privados, e “não propriamente com um acto de imposição do Estado”.
Também o Diário de Notícias escreve nesta quinta-feira que o Governo tenta até à última hora impedir a nacionalização. “Até ao último momento, há esperança. É esta a posição do Governo, que chega ao Conselho de Ministros de hoje com o despacho de nacionalização pronto, mas também com muita fé de não ter de chegar a assiná-lo”, pode ler-se.
Apesar doS avanços nas negociações, importa frisar, não há ainda um acordo oficial, havendo, para já, um acordo de princípio entre o Governo e a companhia aérea Azul, companhia brasileira fundada por Neeleman, que é obrigacionista da TAP.
De acordo com o jornal Eco, a companhia aérea Azul terá abdicado de uma exigência do Governo, a extinção do direito de converter de 90 milhões de euros de um empréstimo feito à TAP em capital social, evitando assim a nacionalização.
Parece assim estar ultrapassado aquele que era o último obstáculo para a compra da posição do acionista norte-americano na transportadora portuguesa.
Fonte: ZAP