A direita mostrou-se esta quinta-feira preocupada com os números do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), que dão conta que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou 37% em julho, em termos homólogos, e 0,2% face a junho.
De acordo com o IEFP, no final de julho, estavam registados nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas 407.302 desempregados, número que representa 74,5% de um total de 546.846 pedidos de emprego.
O total de desempregados registados no país foi superior ao verificado no mesmo mês de 2019 (37%) e face ao mês anterior (0,2%).
O líder do PSD, Rui Rio, alertou que o número real do desemprego é “mais alto de certeza” do que o número. “Quanto é, não sabemos. A quantidade enorme de pessoas em lay off, quantas dessas vão passar para o mercado de trabalho e quantas vão para o desemprego?”, questionou o líder do PSD, citado pelo jornal Observador.
“Isto não é uma defesa nem um ataque ao Governo, não sabemos mesmo. Por isso, a taxa de desemprego é uma incógnita”, disse, em declarações aos jornalistas.
E frisou: Só “daqui por algum tempo, daqui a dois ou três meses, podemos ter um número mais aproximado da realidade, que será sempre muito má (…) Não vale a pena estarmos excessivamente preocupados com o número ser um pouco mais alto ou um pouco menos alto. Vai ser seguramente alto, por isso temos de nos preparar”.
O presidente do CDS-PP, por sua vez, considerou esta quinta-feira que o “brutal aumento do desemprego” registado em julho não é surpresa, mas “não pode se relativizado”, e defendeu uma estratégia “oposta à que tem sido seguida” pelo Governo.
Numa nota enviada aos jornalistas esta quinta-feira, Francisco Rodrigues dos Santos afirma que “o brutal aumento do desemprego, apesar de não ser uma surpresa, não pode ser relativizado” e considera que “há uma grande diferença entre o país de Costa [António Costa, primeiro-ministro] e o país que encosta”.
“Mesmo sabendo que terá uma almofada financeira vinda da Europa, o Governo escolheu travar a recuperação da economia, quando todos esperávamos que soubesse acelerá-la, ao ter diminuído o nível de ajudas e por não ter ido mais longe nos apoios”, criticou o líder democrata-cristão, advogando “uma estratégia oposta à que tem sido seguida pelo Governo, assente no patriotismo económico”.
PS também manifesta precupação
O PS mostrou-se preocupado com os números do desemprego, apesar de serem “infelizmente expectáveis”, considerando ser necessário “continuar a definir medidas de promoção ativa de emprego” e salvaguardar os postos de trabalho existentes.
“Obviamente que os números que foram conhecidos hoje [quinta-feira] são números que preocupam o PS. São números que eram infelizmente expectáveis, quer no emprego quer no desemprego, face àquele momento que atravessamos”, afirmou, em declarações à agência Lusa, a deputada do PS Marina Gonçalves.
Não sendo “obviamente números simpáticos nem favoráveis”, uma vez que “são números efetivamente preocupantes”, a deputada socialista destacou ainda “duas situações que são de valorizar positivamente”.
” Por um lado, os sinais que temos de alguma desaceleração do desemprego face àquilo que são os dados dos meses anteriores — e não do período homólogo — e também alguma recuperação do dinamismo económico, que nos leva a crer que o caminho é efetivamente com medidas de apoio à economia, de apoio ao emprego”, enfatizou.
Para Marina Gonçalves, é preciso “continuar a definir medidas de promoção ativa de emprego” e salvaguardar os grupos nos quais se verifica mais a tendência de aumento do desemprego, como as mulheres, os mais jovens e os desempregados de longa duração.
Fonte: ZAP