Estela Silva / Lusa
Na próxima semana, o ministro da Administração Interna vai abrir um procedimento por ajuste direto para contratar três Kamov. O Estado deverá ainda denunciar a Everjets.
De acordo com o Diário de Notícias, o Estado vai denunciar a empresa a quem entregou a operação e manutenção dos Kamov, a Everjets, uma vez que as aeronaves estão paradas desde janeiro e a empresa já foi multada em cinco milhões de euros por incumprimento do contrato.
A denúncia do contrato com a Everjets resulta do facto de a empresa ter os Kamov parados desde o início do ano para manutenção. A Autoridade Nacional de Aviação Civil não tem certificado as peças para a reparação dos helicópteros.
Já em abril, numa interpelação ao Governo pelo CDS sobre a “preparação da próxima época de incêndios”, o ministro da Administração Interna tinha anunciado que a Everjets tinha sido notificada para o pagamento de quase quatro milhões de euros por incumprimento. Agora, as penalidades já ascendem aos cinco milhões.
Em março deste ano, a Autoridade Nacional de Proteção Civil encerrou as instalações onde os Kamov estavam a ser reparados, em Ponte de Sor. A ANPC justificou a decisão com a movimentação de material sem ter sido identificado, sem autorização, por parte de outra empresa , a Heliavionics, subcontratada pela Everjets.
Depois de encerrado o hangar onde estava a ser feita a reparação, um mês depois, e perante a possibilidade de não estarem operacionais, Eduardo Cabrita manteve que “teremos, este ano, o melhor quadro de defesa do país com meios aéreos que já alguma vez tivemos: porque vamos ter ao longo de todo ano, o que nunca aconteceu, uma resposta, quer em helicópteros, quer em aviões, que estarão à disposição do país todo o ano”.
Também em março o Tribunal arbitral não deu razão à empresa, que reclamava uma indemnização de 10,3 milhões à ANPC por apenas lhe terem sido entregues três helicópetros dos seis que o Estado tinha.
A Everjets reclamava aquela quantia por entender que lhe deveriam ter sido confiados para operação e manutenção os seis aparelhos pesados do Estado. Sendo que as três aeronaves que ficaram na posse do governo estão inoperacionais.
A Everjets argumentava que, apesar de estar a operar só com os três Kamov, estava obrigada a cumprir um contrato com o mesmo número de horas de voo e a mesma disponibilidade operacional como se tivesse as seis aeronaves.
O Público noticiou esta semana que o Ministério da Administração Interna está a negociar com italianos e portugueses a contrarrelógio, para garantir o aluguer de mais de 20 helicópteros, para garantir que em maio o dispositivo de combate a incêndios está pronto.
Fonte: ZAP