O Governo mostrou-se disponível para ajudar financeiramente a TAP, mas não passa um cheque em branco à companhia aérea. Estado quer mais poder dentro da gestão.
O Governo já criou um grupo de trabalho para definir os auxílios de Estado à TAP. Na ordem de trabalhos está o debate em relação ao montante de financiamento que a companhia aérea precisa até ao final de 2020 e como é que o Estado vai ajudar.
David Neeleman, fundador da JetBlue Airways e atual principal acionista privado da TAP disse, no final de abril, que não precisa de injeções de capital do Estado, mas sim de garantias públicas. De acordo com o Diário de Notícias, entre os vários pedidos da TAP, estão garantias para duas possíveis operações de financiamento no valor de 350 milhões de euros.
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse que este valor não é suficiente, embora não aponte o montante necessário. Fala-se que a companhia aérea precise do dobro desse valor, ou seja, 700 milhões de euros.
“Qualquer intervenção do Estado soberano português implicará que o Estado acompanhe todas as decisões com impacto na empresa. A música agora é outra”, disse Pedro Nuno Santos, no final de abril, no parlamento.
Empréstimos garantidos pelo Estado, subvenções e injeções de capital poderão ser o modelo seguido pelo Estado português, à medida do que aplicado à Air France-KLM.
A estrutura acionista poderá ser uma das alterações a fazer face à ajuda financeira do Estado português. Uma das condições que o Estado poderá impor para apoiar financeiramente a empresa pode ser ter mais poder dentro da gestão, escreve o DN.
“Sem intervenção pública, a TAP não tem qualquer possibilidade de sobreviver. A nossa missão será salvar a TAP e não um acionista em particular. Os acionistas têm de acompanhar o Estado. Se os acionistas não acompanharem, isso tem consequências societárias”, disse ainda o ministro das Infraestruturas.
Fonte: ZAP