Uma petição online exige o fecho dos centros comerciais e dos supermercados aos domingos. A iniciativa já conta com mais de 50 mil assinaturas e tem como destinatário o presidente da Assembleia da República.
“Pelo encerramento dos shoppings aos domingos” é o nome da petição online que defende o encerramento de centros comerciais e supermercados aos domingos. A questão foi trazida novamente à tona no passado domingo pelo bispo do Porto, D. Manuel Linda, que durante a missa de Páscoa alertou para o problema.
“É o novo esclavagismo laboral“, disse o bispo da cidade do Porto, que acredita que a situação vai contra a “herança cristã”. “Os países mais ricos do mundo não abrem supermercados ao domingo”, observou o antigo bispo das Forças Armadas e de Segurança, citado pelo Jornal de Notícias.
“Pensemos no novo esclavagismo da laboração contínua, legalmente imposta pelos novos senhores do mundo que dominam a economia e, por esta, os governos. Pensemos como os critérios dos turnos, em setores onde, para além da ganância, nada os justifica”, lamentou.
O descontentamento do bispo levou a que a opinião pública se voltasse a insurgir a favor do fim do trabalho ao domingo nos centros comerciais. Contudo, a Associação Portuguesa de Centros Comerciais defende que a abertura das grandes superfícies é “uma decisão compatível com as reais necessidades dos consumidores“.
O Observador destaca ainda a semelhante posição da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), que acredita que “a liberalização dos horários importa a todos os setores e tem como base a proximidade, a conveniência e a diversidade da oferta, indo ao encontro das expectativas dos consumidores”.
A APED foi responsável por uma petição, que reuniu 250 mil assinaturas, que apelava à abertura das grandes superfícies aos domingos à tarde e aos feriados. A medida foi implementada em 2010 e prolonga-se até aos dias de hoje.
Já esta nova petição pede exatamente o contrário. “Será que realmente precisamos de ter um shopping aberto todos os dias da semana, das 10h da manhã às 23h/00h?”, questiona-se o autor da iniciativa. “O salário é importante sim, mas os valores pelos quais nos regemos é que fazem a diferença”, pode ainda ler-se na descrição da petição.
Todos os interessados podem assinar a petição, que se encontra disponível aqui.
Fonte: ZAP