Miguel A. Lopes / Lusa
Rui Rio com Fernando Negrão (e) e David Justino (d)
A reunião da bancada parlamentar do PSD para discutir as propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) foi “uma bandalheira como nunca se viu”, conforme relatos de quem esteve presente.
“Berros”, “deputados a falarem todos ao mesmo tempo” e “críticas duríssimas” à direcção do grupo parlamentar do PSD, presidida por Fernando Negrão, marcaram a reunião de deputados sociais-democratas, conforme apurou a TSF junto de quem esteve presente.
A rádio fala de uma reunião “muito quente”, onde a larga maioria dos deputados se manifestou desagradada com a direcção de Negrão, e com algumas das 104 propostas de alteração ao OE2019 que foram apresentadas pelo PSD.
“Uma bandalheira como nunca se viu”, conta um dos deputados presentes. Muitos dos representantes do PSD, entre os quais Ricardo Batista Leite, terão manifestado especial insatisfação por não terem sido ouvidos nas áreas que dominam, antes da apresentação das propostas.
Ponto de discórdia e de contestação quase geral é a proposta do PSD para taxar a especulação imobiliária, a medida que é mais conhecida por taxa Robles. A proposta apresentada por Rui Rio, presidente do PSD, não agrada e só um deputado, António Topa, a apoiou na reunião, como apurou a TSF.
Até deputados que têm estado ao lado de Rio, se mostraram contra aquela taxa, designadamente Ricardo Batista Leite que, segundo os deputados ouvidos pela rádio, acabou a reunião “aos berros” com a direcção do grupo parlamentar. Também Álvaro Batista, outro apoiante de Rio, se mostrou indignado, segundo a TSF.
Durante a reunião, a postura de Negrão terá sido pouco interventiva e a palavra de defesa da direcção terá estado em António Leitão Amaro e Duarte Pacheco, vice-presidentes do grupo parlamentar.
No fim da reunião, Negrão notou que só ouviu “críticas de três deputados” relativamente à taxa Robles, conforme declarações aos jornalistas. Todavia, o líder do grupo parlamentar do PSD admite que a proposta pode ser alterada se as críticas “forem correctas tecnicamente e politicamente avaliadas”.
Fonte: ZAP