Há um novo fenómeno a fazer a disparar os preços das casas em cidades como Lisboa e Porto. São as chamadas “casas-banco” ou “casas-depósito”, em que investidores estrangeiros estão a investir na compra de imóveis, ao invés de deixar o dinheiro no Banco, para lucrar com a posterior venda das habitações.
O caso é denunciado pela Associação de Moradores do Areeiro, em Lisboa, pela Associação Lisbonense de Inquilinos e pela deputada Helena Roseta, em declarações à TSF.
Numa altura em que os juros dos depósitos bancários continuam em baixa, há investidores que preferem comprar imóveis a ter o dinheiro no banco. Assim, adquirem casas para as vender posteriormente por um preço superior ao que pagaram.
Esta procura pelo lucro está a deixar um crescente número de habitações vazias em cidades como Lisboa, Porto e Coimbra. Isto porque os investidores preferem tê-las sem inquilinos, para as vender mais facilmente e para os imóveis não desvalorizarem por estar no mercado de arrendamento.
Havendo menos oferta de imóveis no mercado, disparam os preços das habitações, quer as que se encontram à venda, quer as destinadas a arrendamento.
São “casas que funcionam como mealheiro e que mais vale ficarem vazias sem qualquer inquilino que baixaria o valor do imóvel”, explica na TSF Rui Pedro Martins, do Movimento Vizinhos do Areeiro.
A deputada Helena Roseta refere que, em muitos casos, são investidores estrangeiros que “nem querem viver em Portugal”. “É só um investimento que pode ser alterado carregando algures no mundo num botão”, nota em declarações à TSF a deputada que apresentou a proposta da nova Lei de Bases da Habitação que está em discussão no Parlamento.
Há casos de habitações adquiridas e vendidas várias vezes ao longo de poucos meses, como explica o presidente da Associação Lisbonense de Inquilinos, Romão Lavadinho.
Em declarações à TSF, Lavadinho denuncia o caso de um prédio em Lisboa, adquirido por um investidor, que em menos de um ano começou por ser vendido por 1,7 milhões de euros, depois por 2,1 milhões e, finalmente, por 2,7 milhões.
Fonte: ZAP