Investigadores encontraram compostos comuns aos diamantes da Terra. Esta é a primeira vez que este tipo de componentes são encontrados num corpo extraterrestre.
Em 2008, um asteróide atingiu o deserto do Sudão e disparou muitas rochas espaciais, que provavelmente se formaram há milhares de milhões de anos dentro do embrião de um planeta hoje dizimado. Segundo os investigadores, esse planeta perdido era do tamanho de Mercúrio ou talvez de Marte.
Nas rochas espaciais, ou meteoritos, os investigadores encontraram compostos comuns aos diamantes da Terra, como sulfatos de cromita, fosfato e ferro-níquel. É a primeira vez que estes componentes de diamante são encontrados num corpo extraterrestre, constata o novo estudo, publicado recentemente na Nature Communications.
Esta descoberta fornece mais informações sobre os primórdios do nosso sistema solar, há cerca de 4,4 mil milhões de anos, quando, perto do Sol, havia vários embriões planetários. Muitos deles se fundiram nos planetas que conhecemos hoje, enquanto outros foram ejetados para o espaço interestelar.
Os meteoritos foram formados depois de um asteróide ter explodido 37 quilómetros acima do Deserto de Núbia, no Sudão. Essa explosão, de um corpo celeste com 13 metros de comprimento, disparou fragmentos por todo o deserto. Os cientistas recolheram cerca de 50 fragmentos, que variavam entre 1 a 10 centímetros.
Estes minúsculos meteoritos foram recolhidos numa coleção chamada “Almahata Sitta“, uma palavra árabe que significa “Estação Seis”, uma estação de comboios próxima do lugar onde ocorreu a queda do meteorito, entre Wadi Halfa e Cartum.
Depois de recolher os meteoritos, os investigadores descobriram nano diamantes dentro deles. No entanto, as origens dos diamantes escaparam aos cientistas.
Os nano diamantes formam-se a partir da pressão estática “normal” dentro de um corpo grande como a Terra, mas existem outras teorias de origem. Colisões de alta energia entre mundos no espaço podem deixar tais diamantes para trás, assim como a deposição por vapor químico, de acordo com a Federal Polytechnic School of Lausanne, na Suíça.
No entanto, o novo estudo revelou que os diamantes só se poderiam ter formado sob pressões superiores a 20 gigapascals (GPa). Esta é uma forma extremamente alta de pressão que os seres humanos podem gerar com certos explosivos.
“Esse nível de pressão interna só pode ser explicado se o corpo parental planetário fosse um embrião planetário do tamanho de Mercúrio a Marte”, dependendo da camada na qual os diamantes foram formados “, explicou Farhang Nabiei, líder da investigação, em comunicado.
Segundo os cientistas, este embrião planetário terá sido destruído por colisões violentas.
Fonte: ZAP