Miguel A. Lopes / Lusa
O ministro das Finanças, João Leão
O ministro das Finanças, João Leão, voltou a defender um aumento do salário mínimo nacional “com significado”, mas falou numa subida “equilibrada”.
Esta semana, em entrevista à RTP, João Leão revelou que o Governo de António Costa tem intenções de “prosseguir com o aumento do salário mínimo” em 2021. Porém, avisou que “o mundo mudou em março” quando questionado sobre se será possível repetir o aumento posto em prática este ano (35 euros).
“Nós achamos que devemos aumentar o salário mínimo no próximo ano. Tem que ser um aumento com significado. Mas também tem que ser um aumento equilibrado que permita aos setores mais afetados pela crise e que têm muitos trabalhadores com salários mínimos conseguirem fazer face a esta nova situação”, disse o ministro aos jornalistas em Berlim, no final do primeiro dia de reunião de ministros das Finanças, que marcou o reencontro físico dos 27 desde o início da pandemia.
“Por um lado, aumentar o rendimento de trabalhadores com salários baixos, criar expectativas nos trabalhadores, de aumento do seu rendimento, mas ao mesmo tempo tem de haver um compromisso com a capacidade de as empresas suportarem esse aumento do salário mínimo”, adiantou.
Em relação ao valor da subida, João Leão disse que é “prematuro” e que é preciso “primeiro auscultar os parceiros sociais e promover o diálogo na concertação social”.
Em agosto, o Governo deixou cair a promessa de aumentos de 1,1% para todos os funcionários, priorizando a contratação de mais pessoal, mas assegurando a subida do salário mínimo nacional, que deverá dar “um impulso” às remunerações da Função Pública.
A União Geral de Trabalhadores (UGT) pretende um aumento de pelo menos 35 euros e a CGTP reitera a proposta de que chegue aos 850 euros num curto espaço de tempo.
António Costa arrancou a nova legislatura com uma meta: fazer o salário mínimo atingir os 750 euros em 2023 – mais 115 euros do que atualmente.
Fonte: ZAP