Há 15 anos atrás, a 14 de Dezembro de 2003, foi realizada em Castelo de Paiva a apresentação pública e regresso da Locomotiva Pedorido, ao concelho de Castelo de Paiva.
A locomotiva tem grande importância simbólica para o concelho. Eram locomotivas como esta quem quando funcionavam as minas, transportavam as vagonetas com o carvão. A importância deste recurso mineral, a meio do século XX, originou uma centralidade do concelho devido as suas ricas jazidas, de fácil exploração frente a outras, situadas no território de S. Pedro do Paraíso e Pedorido.
O regresso da locomotiva ao concelho representa o reconhecimento do que a exploração do carvão trouxe a Castelo de Paiva, que tornou-se naquela altura um polo de desenvolvimento, a um concelho antes de cariz totalmente rural, com melhores salários, novas oportunidades. Graças ao carvão, houve crescimento não só de poder aquisitivo, também de oferta desportiva e cultural, toda a vida rodou em consonância com a importância das minas.
A locomotiva estava abandonada nos Jardins da CP, em Faro. Hoje os caminhos estão alcatroados e tiraram os trilhos, mas em Oliveira do arda ainda existe o caminho da linha férrea. O Caminho de Ferro Mineiro do Pejão era utilizado para transportar a produção das minas de carvão do Pedorido até um cais fluvial no Rio Douro, junto a Germunde.
O ex presidente da câmara, Paulo Teixeira, esteve presente a solenidade de regresso da locomotiva e falou ao Paivense sobre esta época:”Recordo-me, de há dezessete anos atrás o Eng.Rui Marrana e o Sr.Jose Antonio Soares da Costa me terem alertado e dado uma foto da locomotiva “Pedorido”, que estava apodrecer nos jardins da CP, em Faro. Conseguimos depois que ela fosse levada para as oficinas da CP, no Barreiro. Fizemos uma candidatura a fundos europeus para a sua recuperação. Estávamos no mandato autárquico 2001-2005, a 14 de Dezembro de 2003 quando a apresentamos publicamente e a devolvemos recuperada ao concelho. Ela faz parte integrante do nosso património cultural. O regresso da mesma para Castelo de Paiva recorda-nos essa época de desenvolvimento. Esta locomotiva no passado trazia as vagonetas com o carvão. Era importante que hoje Castelo de Paiva siga como fez a locomotiva, a impulsionar o desenvolvimento de toda a região do Tâmega e Sousa”.
Esteve presentes o Engenheiro Marrana, que foi presidente da Comissão Administrativa da Câmara de Castelo de Paiva (1975), que foi também Presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, e director das Minas de Germunde (vulgo Pejão).