Nos primeiros seis meses de 2019, mais de 23 milhões de cartões de crédito e débito estavam à venda na Dark Web. Estados Unidos e Reino Unido são as vítimas mais comuns.
A internet é uma faca de dois gumes e tanto pode ser a melhor coisa do mundo quando a sabemos usar corretamente, como pode ser altamente prejudicial caso sejamos mais descuidados. E no que toca a cartões de crédito/débito o cuidado convém ser redobrado.
Segundo um relatório da empresa de segurança informática Sixgill, divulgado esta quinta-feira, no primeiro semestre de 2019, mais de 23 milhões de cartões de crédito e débito estavam à venda nos mercados negros da Dark Web. O roubo de informações bancárias é um dos crimes informáticos mais recorrentes e também um dos mais lucrativos.
A Dark Web é uma área da internet na qual podemos encontrar as informações e situações com que o cidadão de bem prefere não se envolver. Na sua maioria, apenas um lote restrito de utilizadores avançados é que consegue entrar nestes sites, que muitas vezes têm domínios aparentemente aleatórios para dificultar o acesso.
As informações do relatório dão conta que dois em cada três cartões roubados (mais de 15 milhões) são provenientes dos Estados Unidos da América. O relatório explica que é compreensível já que “os americanos usam o cartão de crédito/débito mais de 123 mil milhões de vezes por ano”.
O Reino Unido é a segunda vítima mais afetada, com cerca de 7% dos cartões de crédito ou débito.
Surpreendentemente, o número de cartões roubados da Rússia é praticamente zero — apenas 316 de 23 milhões de cartões. Isto prende-se principalmente com o facto de como muitos hackers são da Rússia, eles tendem a não roubar informações bancárias de russos, naquela que é uma espécie de ‘código de honra’.
Além disso, “a situação financeira da Rússia não é nova — o seu PIB per capita é de 11 mil dólares, um sexto dos 62 mil dólares dos Estados Unidos”, explica o relatório.
“As ameaças estão a mover-se para fora dos mercados tradicionais hospedados em sites, recorrendo a canais como o IRC (Instant Relay Chat) e o Telegram. Um canal de IRC tem um bot que é capaz de validar rapidamente cartões roubados. Foi usado mais de 425 mil vezes no primeiro semestre de 2019”, realça ainda o relatório da Sixgill.
Fonte: ZAP