Mário Cruz / Lusa
O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes
O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, afirmou esta segunda-feira que Portugal não vai explorar o lítio “a todo o custo”, mas que este é “absolutamente fundamental” para a descarbonização, razão pela qual o Governo vai avançar com uma avaliação estratégica.
O lítio é absolutamente fundamental para a descarbonização. A Europa tem tão poucos recursos próprios, e a pandemia [da Covid-19] mostrou isso. Tendo Portugal lítio, devemos explorá-lo”, disse João Pedro Matos Fernandes, que falava aos jornalistas no Porto à margem de uma conferência sobre os desafios estratégicos na ação climática.
O ministro do Ambiente disse que “há pessoas empenhadas em que não se explore o lítio em Portugal a todo o custo”, garantindo que Portugal não fará uma exploração desenfreada e sem regras. “Nós não temos a perspetiva de explorar o lítio em Portugal a todo o custo, mas queremos fazê-lo. A partir do momento em que o lítio ganhou uma dimensão tão estratégica, o Estado deixou de atribuir licenças e quisemos desenhar um concurso para um conjunto de locais onde há um grande potencial de exploração de lítio”.
Esse estudo, precisou ainda, está a ser elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). “Há vários locais, sentimos que devemos fazer uma avaliação estratégica. Temos pressa em explorar o lítio, mas a pressa não se conta em dias. Tudo será feito de acordo com as características dos territórios e sempre tendo em conta os valores ambientais”, frisou ainda o governante.
Esta segunda-feira, o Jornal de Notícias noticia que o Governo vai avançar com uma avaliação ambiental estratégica antes de abrir um concurso para exploração mineira e exploração de lítio em Portugal.
Ao mesmo diário, Matos Fernandes conta que as câmaras terão 50% dos ‘royalties’, ou seja, das contrapartidas financeiras que os privados pagarem ao Estado.
Concurso de ideias para nova ponte no Douro
Também nesta segunda-feira, Matos Fernandes revelou que o Governo vai lançar “o mais rapidamente possível” um concurso de ideias para uma nova ponte sobre o rio Douro, ligando o Porto e Vila Nova de Gaia, que servirá o metro.
“Não se faz, na minha opinião, uma ponte sobre o rio Douro – com a história que existe do lado do Porto e do lado de Gaia, e existindo uma ponte do Edgar Cardoso [ponte da Arrábida] e uma ponte do Eiffel [ponte D. Maria Pia] – que não seja um grande projeto. Por isso vamos lançar um concurso de ideias para a nova ponte que servirá o metro”, disse João Pedro Matos Fernandes.
O ministro do Ambiente e da Ação Climática, que falava à agência Lusa, no Porto, à margem de uma conferência sobre os desafios estratégicos na ação climática, frisou que a nova ponte que ligará as margens do Porto e de Vila Nova de Gaia através de uma nova linha de metro – “terá de ser “icónica” e que o concurso de ideias será lançado “o mais rapidamente possível”. Em causa está a linha Santo Ovídio-Devesas-Campo Alegre, conhecida como “segunda linha de Gaia”.
A nova ponte não é uma ponte rodoviária e servirá para metro, estando ainda em estudo a possibilidade de acolher bicicletas ou ser também pedonal.
Disse que “ainda que a Metro do Porto esteja a concluir para a Área Metropolitana do Porto os estudos de procura” esta é “uma linha que já está decidido fazer-se”.
“É paralela à linha que hoje desce a Avenida da República e tem de amarrar no nó das Devesas, porque a estação General Torres corre o risco de ficar muito sobrecarregada. É um projeto relativamente simples – aliás, em Gaia vai sobretudo à superfície – pelo que admitimos lançar um concurso de conceção/construção mas com uma exceção: a ponte”, descreveu Matos Fernandes.
Fonte: ZAP