Tiago Petinga / Lusa
O ex-presidente da Somague, Diogo Vaz Guedes, declarou falência, pedindo o perdão de dívidas superiores a 67 milhões de euros. O Novo Banco e o BCP estão entre os credores do milionário.
O jornal Correio da Manhã (CM) avança que Diogo Vaz Guedes foi declarado insolvente no final de 2017, depois de alegar que lhe “faltam meios financeiros” para cumprir as dívidas que chegam aos 67,2 milhões de euros.
O antigo presidente da construtora Somague apresentou o pedido de perdão destas dívidas no Tribunal de Comércio de Sintra. Entre os seus credores estão o Novo Banco e o BCP que não se opuseram a esse pedido, como frisa o CM.
O jornal nota que Vaz Guedes só tem dois bens em seu nome, a casa onde mora, na Quinta Patiño, um condomínio de luxo em Cascais, e um automóvel.
Além disso, alegou que recebe apenas 500 euros por mês das empresas moçambicanas onde tem participações, a Kuikila Investments e a Prime Gas.
O Expresso noticiou que em Agosto de 2017, a Kuikila Investments, que se dedica a projectos energéticos, recebeu um subsídio de 880 mil dólares (750 mil euros) da Agência norte-americana de Comércio e Desenvolvimento para realizar um estudo em Moçambique.
No pedido de perdão de dívida enviado ao Tribunal, Vaz Guedes alegou que “por força da prestação de garantias pessoais às sociedades Gespura SGPS, SA e Stravaganza SGPS, SA contraiu dívidas que ascendem a 62 865 466 euros que as referidas sociedades não têm condições de pagar”, cita o CM.
Àquela verba “acrescem 4 331 944 euros de responsabilidades por si directamente contraídas, em situação de incumprimento”, acrescenta o ex-líder da Somague no documento enviado ao Tribunal.
Daqui a cinco anos, caso Vaz Guedes não consiga pagar as dívidas e se cumprir os termos do processo de insolvência, receberá a confirmação do perdão das mesmas.
Em 2016, a Aquapura Hotels Villas & SPA, a empresa de turismo que Vaz Guedes fundou com o apoio do presidente da EDP, António Mexia, foi também declarada insolvente, deixando dívidas de 46 milhões de euros. Entre os seus credores estavam a Caixa Geral de Depósitos.
A Somague, de que Vaz Guedes foi líder, chegou a ser uma das maiores construtoras portuguesas. Acabou por ser vendida ao grupo Sacyr em 2003, por um valor da ordem dos 180 milhões de euros, segundo foi noticiado.
A construtora continua no activo em Portugal e em Angola, tendo recentemente liderado o consórcio que venceu a empreitada de reparação da Ponte 25 de Abril, por uma verba de 12,6 milhões de euros.
Fonte: ZAP