O Parque Florestal de Monsanto é um verdadeiro “barril de pólvora” às portas de Lisboa, avisam ambientalistas, alertando que “podemos ter aqui um novo Pinhal de Leiria” devido ao elevado risco de incêndio por falta de limpeza.
Os dirigentes da Quercus e da Associação de Promoção ao Investimento Florestal (Acréscimo), João Branco e Paulo Castro, respectivamente, acusam a Câmara Municipal de Lisboa de não limpar devidamente a mata de Monsanto, deixando acumular materiais combustíveis típicos que a tornam um verdadeiro “barril de pólvora” pronto a explodir.
Em declarações à TSF, Paulo Castro nota que “podemos ter aqui um novo Pinhal de Leiria” devido ao excesso de vegetação que não é limpa há anos, alega.
Os dois ambientalistas referem que há áreas do parque florestal de 900 hectares que estão mal geridas, com arbustos e silvas tão grandes que chegam a ser do tamanho das árvores.
“Qualquer pessoa que chegue aqui com um isqueiro provoca um grande incêndio”, destaca ainda. “O risco de incêndio é elevado”, segundo o líder da Acréscimo, devido ao facto de haver “população humana sempre presente, alta carga de combustível e continuidade horizontal e vertical dos combustíveis”. “Portanto, está aqui um cocktail para que os incêndios ocorram e se propaguem”, avisa.
O vereador do Ambiente da Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, assegura à mesma rádio que a intervenção no Parque Florestal de Monsanto “está a seguir os parâmetros que foram promulgados pelo Governo”.
“Em 900 hectares que existem de mata, neste momento haverá 10 hectares que ainda não estão preparados convenientemente, mas que não oferecem qualquer perigo porque estão sinalizados e vão ser tratados”, garante.
O vereador nota ainda que algumas das zonas mais críticas não pertencem à autarquia, mas ao Estado. Todavia, a Câmara vai também limpar essas áreas, assegura.
Sá Fernandes refere ainda que o Parque Florestal de Monsanto tem um plano de gestão florestal e um plano contra incêndios, e nota que é a única floresta urbana da Europa “certificada” devido às “práticas de boa gestão”.
Fonte: ZAP