A agência espacial da União Indiana informou nesta quinta-feira que vai efetuar na próxima segunda-feira o lançamento da nave não-tripulada para a Lua depois de a missão ter sido abortada esta semana.
O organismo Indian Space Research Organization disse que o lançamento da Chandrayaan-2 foi agendado para a madrugada da próxima segunda-feira acrescentando que os especialistas corrigiram os problemas técnicos que tinham sido detetados.
A missão que pretende enviar para a Lua uma nave de 640 toneladas foi cancelada na segunda-feira passada, uma hora antes do lançamento. A nave não tripulada deveria alunar em 6 ou 7 de setembro, depois de permanecer na órbita da Lua.
A Chandrayaan, que em sânscrito significa “cratera”, foi projetada para alunar no pólo sul do satélite da Terra e está equipada com um veículo que vai explorar depósitos de água detetados pelas missões orbitais que a agência espacial indiana realizou anteriormente.
K. Sivan, presidente da Indian Space Research Organization disse que a missão Chandrayaan-2 custou 140 milhões de dólares e é a mais significativa operação espacial da União Indiana devido às complexidades técnicas envolvidas na alunagem. O responsável descreveu a alunagem como “terríveis 15 minutos” referindo-se ao tempo que vai durar a operação.
Caso a missão tenha sucesso a União Indiana passa a ser o quarto país a conseguir alunagens do mesmo género, depois das operações dos EUA, Rússia e República Popular da China. Depois da Chandrayaan-2, a Índia pretende tornar-se no quarto o país a enviar humanos ao espaço, missão que pretende realizar até 2022.
Os EUA, que assinalam este ano o 50.º aniversário da missão que levou Neil Armstrong e Buzz Aldrin à Lua, estão a preparar uma nave espacial tripulada que deverá ser enviada ao polo sul da superfície lunar até 2024.
A primeira missão da Índia à Lua foi realizada em 2008 e, entre 2013 e 2014, o país colocou um satélite em órbita ao redor de Marte, tendo esta sido a sua primeira missão interplanetária.
O primeiro-ministro da India, Narendra Modi, disse que o país demonstrou a sua capacidade como potência espacial quando testou com sucesso uma arma antissatélite, em março passado, estando ao nível dos Estados Unidos, da Rússia e da China.
Num país em que 1,3 mil milhões de pessoas são pobres e que tem uma das maiores taxas de mortalidade infantil, há quem questione os mais de 125 milhões de euros que custa Chandrayaan-2.