Após os primeiros testes da vacina contra a covid-19 em desenvolvimento pelo laboratório norte-americano Moderna, os investigadores reconheceram vários sintomas, entre eles desmaios e febre alta.
Como noticiou esta sexta-feira o Diário de Notícias, estão em curso cerca de 200 investigações para encontrar uma vacina. Quatro delas estão mais avançadas, incluindo a desenvolvida pelo Vaccine Research Center, dos Estados Unidos (EUA), e pela empresa Moderna, com sede em Cambridge, no estado de Massachusetts.
Já testada em vários ensaios com voluntários, esta vacina mostrou ter efeitos secundários em que se destacam desmaios e febre alta. Num dos casos, o voluntário Ian Haydon, de 29 anos, desenvolveu febre acima de 39,5 graus doze horas após receber a segunda dose da vacina. Tratado no hospital, desmaiou ao chegar a casa.
“Entendo que partilhar a minha história será assustador para algumas pessoas. Espero que não gere nenhum tipo de antagonismo em relação às vacinas em geral ou mesmo em relação a esta vacina”, disse Haydon em entrevista à CNN, explicando que conta a sua experiência para “neutralizar o desespero que algumas pessoas sentem em lançar uma vacina no mercado, independentemente das consequências”.
A 23 de junho, a Universidade de Sechenov, de Moscovo, publicou um relatório sobre os testes da sua vacina, com reações semelhantes. Dos 20 voluntários no ensaio, alguns tiveram um ligeiro aumento de temperatura e dores de cabeça, sintomas que desapareceram nas 24 horas seguintes.
“Esta resposta à vacina é um padrão, típica noutros tipos de injeções. Agora todos os participantes do estudo estão bem. A eficácia da vacina será julgada no final do estudo, com testes imunológicos de laboratório para fornecer uma resposta completa”, disse Elena Smolyarchuk, investigadora que dirige o estudo da vacina.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, a 27 de maio, 10 das 125 vacinas candidatas para a covid-19 estavam a ser testadas em pessoas, em fases iniciais. A primeira começou a ser testada em humanos em 16 de março, nos EUA.