Miguel A. Lopes / Lusa
António Costa afirmou no Parlamento que Alverca, Beja e Monte Real não seriam hipóteses para o novo aeroporto complementar ao da Portela. O Montijo é a escolha do primeiro-ministro.
Em declarações no Parlamento, António Costa parece decidido em que o aeroporto complementar ao da Portela fique no Montijo. O primeiro-ministro afirma que serão adotadas as “medidas de mitigação” previstas nas conclusões do estudo de impacto ambiental feito pela ANA – Aeroportos de Portugal.
Apesar do estudo ter apontado problemas na construção do aeroporto no Montijo, António Costa garante que a única solução viável é adotar as tais medidas de mitigação. O estudo da ANA aponta problemas relacionados com o ruído e com riscos para espécies de aves.
Segundo o jornal Sol, para António Costa não é tempo de tomar uma decisão política, mas sim de fazer uma avaliação técnica do plano de construção do aeroporto complementar. O primeiro-ministro português refere que “não há solução B” e que o Montijo é também a escolha partilhada pela concessionária Vinci.
A escolha de Costa não foi bem acolhida por todos, nomeadamente André Silva, deputado do PAN, Partido-Animais-Natureza, que defende que Beja é a melhor solução. O primeiro-ministro refutou, insistindo que a melhor escolha possível a tomar é “a combinação de otimização da Portela com um segundo aeroporto no Montijo”.
Caso não seja seguida a solução do Montijo, Costa diz que o único plano que resta será regressar à estaca zero, ou seja, “voltar atrás e fazer em Alcochete“. Desta forma, o líder executivo afasta as outras alternativas que foram propostas anteriormente, como Alverca, Beja e Monte Real.
O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, concorda com Costa, defendendo que o Montijo “é o que causa menos impacto ambiental”. No entanto, o ministro diz que caso o Montijo seja “chumbado” pelo estudo da ANA, será necessário escolher uma nova localização para o aeroporto.
“Se, de facto, não passar na avaliação de impacte ambiental, não passará. Não passará e, portanto, terá que ser, obviamente, encontrada e escolhida uma nova localização”, disse Matos Fernandes. O estudo da ANA foi terminado na passada sexta-feira e está agora a ser analisado pela Agência Portuguesa do Ambiente.
O presidente do Aliança, Pedro Santana Lopes, defendeu que o aeroporto complementar ao de Lisboa deve ficar situado em Alverca, apontando para “ganhos ambientais e socioeconómicos” para sustentar a posição. “Não há nenhuma razão que torne o Montijo preferível do que esta solução óbvia que é Alverca. Alverca é a solução mais lógica e racional”, afirmou o líder da Aliança.
Fonte: ZAP