Bruno Magalhães, marcoense, fala sobre sintomas, precauções e economia.
Bruno Magalhães tem 32 anos, é administrador hospitalar no Centro Hospitalar do Porto (Hospital de Santo António) e reside em Marco de Canaveses. Descobriu, no dia 29 de março, que estava infetado com Covid-19, onde foi atendido no mesmo centro hospitalar onde trabalha, na unidade construída para o efeito.
Habituado a lidar com a doença, Bruno afirma ao Jornal Paivense que começou por sentir-se “cansado parecido com fadiga natural do ambiente e do stress dos momentos atuais”, contudo de seguida começou por sentir algumas dores generalizadas, tosse seca, perda de apetite e febre. No dia do teste, todos estes sintomas se manifestaram juntamente com alguma dificuldade respiratória.
O mesmo contacta diariamente com pessoas infetadas com Covid-19, uma vez que é administrador dos blocos operatórios, dos cuidados intensivos neoclássicos, onde acredita ter contraído também o vírus e refere que “embora eu seja profissional de saúde tive imensos cuidados e fiquei infetado e, sobretudo não é nada agradável estar a curar Covid 19 pelo desconforto, pelas dores, pelos anseios que nos ficam na cabeça”, garante.
Quando questionado acerca da crise que poderá surgir depois do vírus, Bruno Magalhães acredita que a crise poderá ter ou não um impacto grande dependendo da forma como será o combate ao Covid-19, afirmando que “se o resultado em termos de mortalidade forem números elevados que choquem a sociedade, a comunidade não irá aceitar facilmente a luta economicamente que teremos”.
Contudo, se tomarem algumas medidas como “proteção de emprego, dilatação dos prazos de pagamentos de impostos, empréstimos ou prestações sociais ” acredita que daqui a 1/2 anos o país pode estar recuperado. Admite ainda que vai ser necessário muito cuidado nessas medidas, uma vez que “alguns negócios estarão fechados mais de 30 dias e sobretudo quando abrirem o volume de negócio terá em alguns setores quebras de 60/70%”, sublinha.
Por fim, apela para que respeitem a quarentena, assim como “todas as medidas que são tomadas para evitar aglomerados de pessoas”. Em casa, Bruno aumentou os cuidados especialmente com a esposa e felizmente a mesma não se encontra contaminada. No entanto, deixa recado a quem está contaminado “não deve ter medo de dizer que tem, nem deve esconder, só assim vamos conseguir partir a cadeia de transmissão. Se tivermos sintomas devemos comunicar as entidades próprias porque o momento certo de atuação pode ser a diferença entre ficar internado ou recuperar em casa”, afirma.