Na alienação de 13 mil imóveis do portefólio Viriato, realizada em 2018, o Novo Banco foi o vendedor e, ao mesmo tempo, o financiador de um fundo de investidores anónimos nas ilhas Caimão.
O Novo Banco vendeu 13 mil imóveis do portefólio Viriato a um fundo de investimento com sede nas ilhas Caimão, cuja identidade dos proprietário é desconhecida. O banco financiou o fundo de investimento na compra dos imóveis, mas este negócio gerou perdas. Estas foram compensadas pelo Fundo de Resolução, avança o Público esta terça-feira.
O fundo de investidores anónimos nas ilhas Caimão comprou milhares de casas em Portugal e Espanha, a um preço baixo, sendo que não arriscou os mais de mil milhões de dólares dos seus investidores porque a compra que fez ao Novo Banco foi garantida por um empréstimo do próprio banco vendedor.
Apesar de estarem avaliados em 631 milhões de euros, os 5.552 imóveis e 8.791 frações foram vendidos por 364 milhões.
Em março do ano passado, a Helena Roseta criticou esta operação, classificando-a de “pechincha”. A deputada defendia que, aquele preço, o imobiliário não estratégico do Novo Banco deveria ficar na posse do Estado.
O prejuízo contabilístico do negócio foi coberto pelo Fundo de Resolução que, adianta o Público, se compromete a injetar dinheiro sempre que as contas do Novo Banco fiquem ameaçadas.
O diário refere ainda que este foi o maior negócio imobiliário realizado em Portugal nos últimos anos e o segundo maior da Península Ibérica.
Recorde-se que, esta segunda-feira, a instituição liderada por António Ramalho entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) a documentação relativa aos grandes pacotes de vendas de imóveis. Os projetos Viriato e Sertorius foram os mais desastrosos.
O banco antecipa-se, assim, ao pedido de António Costa para que o Novo Banco fosse impedido de realizar mais alienações até que fosse divulgada a auditoria aos seus atos de gestão.
Fonte: ZAP