António Costa assumiu estas posições numa conferência promovida pela Federação da Área Urbana de Lisboa do PS destinada à preparação do debate parlamentar sobre o Estado da Nação, que se realiza na sexta-feira, na Assembleia da República.
“O PS não é propriamente uma carochinha que anda à procura de um João Ratão. Somos um partido que tem uma identidade própria, tem uma história própria, que tem muito orgulho na sua história”, disse António Costa.
“O PS possui um programa muito claro para executar e que irá continuar a cumpri-lo passo a passo, como tem feito desde o início desta legislatura e continuará a fazê-lo seguramente na próxima legislatura”, sustentou o primeiro-ministro, recebendo uma longa salva de palmas por centenas de militantes e simpatizantes socialistas que o escutavam.
Para não deixar dúvidas de que estava mesmo a referir-se à questão da identidade do seu partido, que esteve em debate no último congresso do PS, António Costa acentuou logo a seguir: “É assim que é o PS – e é assim quer continuar“.
Na sua intervenção perante os militantes socialistas, o secretário-geral do PS considerou que o seu Governo já teve de enfrentar “e vencer duas ficções criadas pela direita” desde o início da presente legislatura.
De acordo com António Costa, a linha seguida pelo atual Governo deve continuar. “Se, ao longo destes três anos, com estas políticas, se demonstrou que era possível ter finanças públicas bem controladas, se temos dado boas provas ao nível do crescimento económico, por que razão havemos de mudar de políticas e por que razão havemos de mudar de caminho?”, questionou.
Na mesma conferência que decorreu em Lisboa, António Costa abordou também as negociações do Orçamento de Estado do próximo ano.
De acordo com o primeiro-ministro, os portugueses não compreenderiam nem perdoariam se a atual maior de esquerda “deitasse tudo a perder” no último ano da legistalura por pressa de chegar às eleições legislativas.
Durante a palestra – que contou com a presença do seu ministro das Finanças, Mário Centeno, na primeira fila, Costa deixou ainda um recado aos seus atuais parceiros de solução de Governo – o BE, o PCP e o PEV.
“Depois de termos demonstrado que era mesmo possível romper com a austeridade mantendo o país no euro, que era possível termos o maior crescimento económico desde o princípio o século com a maior redução do desemprego e do défice, os portugueses não compreenderiam e não nos perdoariam se deitássemos tudo a perder neste último ano da legislatura”, considerou António Costa.
Do ponto de vista político, António Costa identificou como problema a evitar “a pressa de chegar às eleições” legislativas. Uma pressa que “perturbasse aquilo que deve ser feito com calma e serenidade, tal como foi feito nos anos anteriores”, disse, aqui numa alusão aos processos negociais que caraterizaram as anteriores viabilizações dos orçamentos do Estado para 2016, 2017 e 2018.
Fonte: ZAP