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Home Ciência

O trabalho é a nova praga mundial. “Está (literalmente) a matar as pessoas”

RedaçãoPorRedação
27 de Março de 2019
Reading Time: 5 mins read
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O trabalho é a nova praga mundial. “Está (literalmente) a matar as pessoas”
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(PD/CC0) geralt / pixabay

“O trabalho está a matar as pessoas e ninguém quer saber.” Quem o diz é o professor da Universidade de Stanford, nos EUA, Jeffrey Pfeffer, que se dedica há décadas a estudar os efeitos das condições laborais na vida e na saúde dos trabalhadores.

Autor de vários livros na área da teoria organizacional, Jeffrey Pfeffer alerta que o sistema de trabalho actual está literalmente a matar pessoas, conforme declarações numa entrevista à BBC.

O professor destaca o sistema de trabalho desumano dos dias actuais, devido ao excesso de carga laboral, e lembra o caso do japonês Kenji Hamada, de 42 anos, que morreu de um ataque de coração no seu escritório em Tóquio, onde trabalhava 75 horas por semana.

Hamada demorava cerca de duas horas a chegar ao emprego e antes de morrer, tinha trabalhado 40 dias seguidos.

Um exemplo extremo que Pfeffer cita no seu livro “A morrer por um salário” (“Dying for a paycheck” no original em Inglês), onde evidencia como o stress associado ao trabalho, dadas as condições laborais actuais, tem consequências dramáticas na vida e na saúde dos trabalhadores.

“As condições de trabalho causam doenças crónicas como diabetes ou problemas cardiovasculares”, aponta o professor na entrevista à BBC. Também destaca “as longas jornadas laborais, os despedimentos, a falta de seguros médicos” como factores de stress no trabalho, considerando que este provoca “uma enorme insegurança económica, conflitos familiares e doenças”.

Um estudo publicado no início deste ano no Journal of Clinical Investigation vinca os danos causados pelo stress, notando que, para além dos prejuízos que causa ao coração e à esperança média de vida, também acelera o crescimento de células cancerígenas, sobretudo quando assume características crónicas, manifestando-se de forma prolongada e contínua.

Outra investigação divulgada neste mês de Março pela University College of London (UCL), no Reino Unido, associa o trabalho prolongado ao aumento da depressão nas mulheres, mas não nos homens.

A pesquisa apurou que as mulheres que trabalham mais de 55 horas por semana têm maiores riscos de sofrerem de depressão. O facto de o mesmo não se verificar nos homens pode ter a ver com a circunstância de as mulheres ainda acumularem a maior fatia das tarefas domésticas, pelo que estaremos perante um acumular de trabalho com consequências muito lesivas para elas.

Os investigadores da UCL apuraram também que trabalhar ao fim-de-semana resulta num maior risco de depressão para ambos os sexos.

Portugal é o quarto país da UE onde se trabalha mais

Pfeffer fala do “local de trabalho” como “a quinta causa de morte nos EUA“, realçando também que as suas investigações apontam que o stress está directamente relacionado com a morte anual de 120 mil trabalhadores naquele país.

Em Portugal, não há dados globais concretos, mas um estudo divulgado em Fevereiro deste ano pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), sobre a avaliação dos riscos psicossociais na carreira, aponta que estes profissionais têm risco elevado de burnout [Síndrome do Esgotamento Profissional], de stress, de sintomas depressivos e de problemas em dormir.

Como factores que fomentam este tipo de problemas, o estudo do SOJ destaca as “pressões intensas, resultantes da tensão salarial, da redução de efectivos, da criação de quadros de instabilidade e da pulverização do trabalho”.

Em termos gerais, “Portugal é o quarto país da União Europeia onde se trabalha habitualmente mais horas por semana, a seguir à Grécia, Áustria e Reino Unido”, como aponta a CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses), citando dados de 2017 do Eurostat.

Em 2018, ainda segundo a CGTP, os trabalhadores portugueses “trabalharam, em média, 41 horas semanais, mas no sector da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca chegaram às 43 horas”.

O excesso de horas acumuladas complica a conciliação do trabalho com a família, um dado que é vincado pelo relatório “Desafios à conciliação família – trabalho” da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) que foi divulgado pelo Eco.

O estudo da CIP nota que os trabalhadores, seja por “falta de conhecimento sobre a legislação em vigor e sobre as ferramentas oferecidas pelos empregadores”, seja por “resistência sentida no seio das empresas, o receio das repercussões de chefias e colegas, a perda de oportunidades de progressão na carreira e, no limite, a perda do próprio emprego”, não usufruem das possibilidades de conciliar os universos profissional e familiar.

Uma circunstância que tem repercussões na saúde e na satisfação pessoal dos trabalhadores, mas também nas próprias empresas que arriscam “o aumento dos gastos com a saúde” dos seus colaboradores, bem como “a perda de produtividade e o absentismo”, aponta a CIP citada pelo Eco.

Por outro lado, o Estado também paga a factura com o aumento dos gastos com a Segurança Social e com o Serviço Nacional de Saúde.

Ficaria numa sala “cheia de fumo”?

“Os dados são bastante esmagadores”, destaca Pfeffer na BBC, lamentando que, apesar disso, ninguém quer assumir a responsabilidade de resolver um problema que está à vista de todos.

“O trabalho tornou-se desumano”, lamenta o professor, frisando que hoje em dia, “está tudo centrado nos accionistas” e nos seus interesses.

“Os empregadores são responsáveis e os governos são responsáveis por não fazer nada quanto a isso”, aponta, realçando que os políticos precisam de agir “para travar” esta praga dos tempos modernos, avançando com “algum tipo de regulamentação“.

Em França, num tempo em que a Internet “obriga” os trabalhadores a estarem sempre ligados ao trabalho, já existe uma Lei que determina que as empresas com mais de 50 trabalhadores têm que respeitar o direito dos colaboradores a “desligarem-se” de emails e de chamadas telefónicas depois do horário laboral.

Mas com cada vez mais pessoas a trabalharem a título independente e com horários flexíveis, a resolução do problema não é assim tão linear.

Os trabalhadores têm que ser os primeiros a assumir “a responsabilidade de cuidar da sua própria saúde”, nota Pfeffer. “Se se vai trabalhar para um lugar onde não permitem equilibrar a vida laboral e a vida familiar, tem que se ir embora”, aconselha, comparando o caso com o facto de se estar numa sala “cheia de fumo”, de onde obviamente se vai tentar sair “porque as consequências para a saúde serão muito graves”.

SV, ZAP //

Tags: Ciência & SaúdeDestaqueDireitos CivisEconomiaempregoMundosaúdeSociedade
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