Remi Noyon / Flickr
Marine Le Pen
O convite feito a Marine Le Pen para participar na Web Summit que se realiza entre 5 e 8 de Novembro, no Altice Meo Arena, em Lisboa, está a gerar polémica. E a SOS Racismo exige a retirada da líder da extrema-direita francesa do painel de oradores.
A notícia de que Marine Le Pen seria um dos conferencistas presentes na Web Summit em Lisboa, gerou uma onda de críticas que se alastrou pelas redes sociais. Foi tanto o burburinho negativo que no passado sábado, o nome da líder da Reunião Nacional (antiga Frente Nacional) desapareceu da lista de oradores do evento.
Mas, nesta segunda-feira, Le Pen voltou a aparecer no rol de conferencistas que é divulgado no site da Web Summit, sem que tenha surgido qualquer posição oficial da organização do evento sobre a polémica.
“Se o silêncio das entidades envolvidas até aqui já era inaceitável, agora com esta reviravolta, ele tornou-se insustentável”, acusa a SOS Racismo que “exige a retirada do convite à líder da extrema-direita francesa e que todas as entidades envolvidas na organização da Web Summit tomem publicamente posição”.
“Pensou-se que esta retirada do seu nome da lista de oradores significasse também a retirada do convite”, nota a associação que diz que está “à espera da reacção das entidades públicas e privadas envolvidas na organização, patrocínio e apoio ao evento”.
Figuras como o deputado socialista João Galamba e o eurodeputado Rui Tavares, líder do LIVRE, também se manifestaram contra a presença de Le Pen na conferência em Lisboa.
A SOS Racismo defende igualmente que “não podemos dar palco a esta narrativa, nem contribuir para o branqueamento da sua imagem, quanto mais num encontro que se quer globalizado e aberto como este”.
A associação lembra que o Estado português contribui anualmente com cerca de 1,3 milhões de euros para a organização da Web Summit. “Não podemos admitir que o erário público contribua para a vinda de uma figura do nazi-fascismo europeu” e tanto mais numa altura em que as autoridades nacionais têm manifestado preocupação com “a reorganização da extrema-direita em Portugal”, acrescenta a SOS Racismo.
Para a associação, não se trata de escolher “entre a liberdade de expressão e censura, mas sim entre a democracia e o ódio racial”.
Até ao momento, a Web Summit não tomou qualquer posição sobre a situação.
Fonte: ZAP