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António Martins da Cruz, embaixador e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Durão Barroso, vai deixar o PSD, em protesto contra Rui Rio e a atual direção do partido.
“Não me revendo na orientação e prática política da atual liderança, e da maioria das figuras à sua volta, renuncio por este meio e a partir de hoje à condição de militante”, escreveu Martins da Cruz numa carta enviada ao partido, a que o Expresso teve acesso.
Em protesto contra Rui Rio e a atual direção do PSD, Martins da Cruz afirma em declarações semanário não se revê “na orientação que Rui Rio deu ao partido, nas práticas, no tom, no que diz às televisões, nas pessoas que cirandam à volta dele”.
“Não me revejo em nada e não me revejo em pacóvios suburbanos“, diz.
“Como não me revejo na orientação nem na prática política destes senhores que lá estão, nem no seu discurso exclusivo que põe de parte pessoas, por honestidade decidi sair.”
Falando ao semanário, António Martins da Cruz reitera tudo o que escreveu na carta: “Não estou para ser cúmplice da atual liderança com meu silêncio ou com a minha passividade. Saio por uma questão de honestidade intelectual”, nota.
Questionado sobre o seu futuro político, Martins da Cruz garante que não existe, para já, qualquer plano para vir a integrar outra formação política – como o recém-formado Aliança de Pedro Santana Lopes. “Saio sem segundas intenções“, remata.
António Martins da Cruz foi assessor diplomático de Cavaco Silva, quando este era primeiro-ministro, durante uma década “e não estava filiado” no PSD. Quando integrou o governo de Durão Barroso como chefe da diplomacia também ”era independente”.
O embaixador só se tornou militante em 2007 pelas mãos do seu amigo Luís Filipe Menezes, na altura na presidência do partido.
Fonte: ZAP