Portugal tem eleição presidencial esse mês e as trocas de farpas continuam. E não poderia ser diferente. Num frente a frente na TVI, o candidato presidencial João Ferreira acusou esta segunda-feira Marcelo Rebelo de Sousa de ter feito um mandato à direita.
Já Marcelo Rebelo de Sousa recusou, manifestando-se contra um Presidente “de fação”, “porta-voz de um partido”.
Segundo o jornal Correio da Manhã, João Ferreira, candidato apoiado por PCP e PEV, alegou que Marcelo Rebelo de Sousa neste seu mandato como Presidente da República “convergiu com o que foram as posições ao longo do tempo dos partidos mais à direita” em áreas como a legislação laboral.
Sobre o futuro, João Ferreira declarou: “Sabemos, normalmente a História diz-nos isso, que os segundos mandatos tendem a ter características diversas dos primeiros. Tendo presente a experiência deste mandato, tendo presente este desejo, esta aspiração de ter uma votação muito expressiva, eu creio que é legítimo que perguntemos sobre o que fará Marcelo Rebelo de Sousa com esta votação”.
O Presidente da República e recandidato ao cargo reivindicou ter sido “um fator de estabilidade” nos últimos cinco anos, “contribuindo para evitar crises”, e defendeu que a atual legislatura com o PS no Governo “apoiado ou viabilizado por partidos de esquerda” também “tem de ir até ao fim”, como a anterior.
“É assim que deve ser. A direita tem direito a organizar-se, é fundamental que seja forte no futuro, para concorrer às eleições de 2023, porque um radicalismo manco, coxo, é um sistema político onde entram os radicalismos nomeadamente populistas. Agora, tirando isso, a predisposição é de ser o mesmo”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, que tem o apoio de PSD e CDS-PP na sua recandidatura.
Mais à frente, quando João Ferreira sustentou que a atual situação “exige um outro exercício dos poderes de Presidente da República”, Marcelo Rebelo de Sousa contrapôs: “É preciso um Presidente que não seja de fação, que não seja de um partido, dirigente de um partido, porta-voz de um partido, que seja de estabilidade e de compromisso, isso é o fundamental”. (CM)