Portugal foi às urnas no último domingo e deu ao PSD a vitória nas eleições autárquicas, um resultado que o líder social-democrata, Luís Montenegro, classificou como “extraordinário”. Com a conquista dos cinco maiores municípios do país e uma presença reforçada em grandes centros urbanos como Lisboa, Porto, Cascais, Sintra e Vila Nova de Gaia, o PSD garante entre 134 e 135 câmaras, seja sozinho ou em coligação, superando o PS em número de presidentes de junta e de câmara.
Este desempenho coloca os sociais-democratas em posição de liderar tanto a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) como a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), refletindo a força do partido nos órgãos autárquicos. Montenegro sublinhou que, embora não considere o resultado “histórico”, trata-se de uma vitória de grande relevância, com responsabilidade acrescida de transformar a confiança do eleitorado em decisões concretas e resultados tangíveis.
Por seu lado, o PS conseguiu vitórias simbólicas, conquistando capitais de distrito como Viseu e Bragança, que eram bastiões do PSD, e mantendo a hegemonia no Algarve, onde obteve 11 autarquias, apesar da forte aposta do Chega. O secretário-geral socialista, José Luís Carneiro, afirmou que estes resultados demonstram a vitalidade do PS e reafirmam o partido como uma grande alternativa política ao Governo, apesar da derrota na liderança da ANMP, que detinha desde 2013.
O Chega, após ter vencido 60 concelhos nas legislativas, ficou-se por três autarquias: Entroncamento, Albufeira e São Vicente, esta última a primeira vitória do partido em eleições autárquicas. O líder André Ventura reconheceu que o desempenho ficou aquém das expectativas, mas destacou que o partido se consolida como força relevante nas câmaras, capaz de “desbloquear maiorias” e “desempatar votações”. Ventura prometeu que o Chega continuará a lutar para vencer futuras eleições autárquicas, reafirmando a ambição do partido de se tornar uma força de poder real.
No balanço final, estas eleições evidenciam um PSD fortalecido nas grandes cidades, um PS consistente como alternativa e um Chega emergente no panorama autárquico, sinais claros da diversidade e do dinamismo da política local portuguesa.