O produto aplicado esta semana nos resíduos de carvão das antigas Minas do Pejão, em Castelo de Paiva, está a acabar com a combustão que se observa no local desde outubro, indicou hoje à Lusa fonte autárquica.
O presidente da Câmara, Gonçalo Rocha, referiu que os meios já estão todos no terreno, nomeadamente os recursos da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), e os resultados dos primeiros dias de operação têm sido positivos.
“Eu próprio assisti a isso. O produto tem um efeito extraordinário e provoca um arrefecimento imediato da combustão”, contou, assinalando que o método “não tem efeitos secundários nocivos para a comunidade e em termos ambientais”.
O autarca disse ter a informação de que os trabalhos em curso se devem prolongar por cerca de um mês.
“É um trabalho de alguma paciência e sensibilidade, para que nada fique em combustão”, anotou.
À agência Lusa, Gonçalo Rocha acrescentou que em algumas zonas das escombreiras a combustão do carvão está a cerca de um metro de profundidade, o que tem obrigado à remoção dos resíduos para que a aplicação do produto seja mais eficaz.
Esta operação resulta do relatório técnico realizado pela Direção Geral de Energia e Geologia e pela Empresa de Desenvolvimento Mineiro, na sequência da combustão que se observa nos resíduos da antiga exploração mineira provocada pelo grande incêndio florestal que lavrou no concelho em outubro.
A combustão e os gases que dela resultam têm preocupado autarquias, partidos e associações ambientalistas, mas um estudo entretanto realizado no local, com medições da qualidade do ar, concluiu não haver perigo para a saúde pública.
O presidente da autarquia assinalou esperar, por outro lado, que após a atual fase se avance para a segunda, também prevista no relatório, que indica a recuperação ambiental das escombreiras, nomeadamente a criação de melhores condições de segurança, que reforcem o que foi feito no início de 1995, quando se procedeu ao encerramento das minas.
Pretende-se, anotou, “minorar as condições de risco” para que não se repita o problema que ainda se observa nos resíduos.
Gonçalo Rocha adiantou que está em contacto com o Governo e com a Direção Geral da Energia e Geologia para que o processo avance, de acordo com o que está plasmado no relatório técnico.