Vive-se um verdadeiro “clima de guerrilha” no Conservatório de Música do Porto, segundo denúncias de pais de actuais e de antigos alunos. “Há professores que batem, puxam os cabelos, dizem palavrões, dão murros nas mesas”, denuncia o pai de uma aluna.
Em declarações ao Jornal de Notícias (JN), Aquiles Oliveira, pai de uma aluna do Conservatório que frequenta o 9.º ano, lamenta que há professores que “insultam, humilham, agridem verbalmente” e que “tudo é ignorado” pela direcção da escola.
Este pai fala depois de a filha de 14 anos, Rafaela Oliveira, ter sido alvo de uma nota de repúdio do Conservatório, no seguimento das denúncias que fez quanto ao alegado clima que se vive na instituição de ensino.
Essa nota foi aprovada pelo Conselho Geral e afixada no corredor do Conservatório, bem como publicada no site da escola, segundo o JN.
A aluna foi alvo de um processo-crime, que foi arquivado, e de um processo disciplinar por parte do Conservatório, depois de comentários que fez nas redes sociais e depois de ter publicado um vídeo com as suas denúncias.
“Ninguém da turma da Rafaela fala com ela porque denunciou certas coisas”, lamenta ainda Aquiles Oliveira no JN.
“No ano passado, descobrimos que certos professores faltavam, mas as aulas eram registadas” e “denunciámos à Direcção”, frisa o pai da aluna, notando que os responsáveis do Conservatório nada disseram ou fizeram. A queixa foi enviada para o Ministério da Educação.
A mãe de outro aluno do Conservatório lamenta ao JN que “todos os dias” pensa “em tirar o filho de lá”. “Aquela escola faz-me sofrer todos os dias, pela forma como tratam os alunos e como sou tratada”, queixa-se esta mulher que não quis ser identificada por temer “represálias sobre o filho”.
“No ano passado, uma professora empurrava e sacudia os alunos. Dizia que era para corrigir a postura”, conta ao JN outra mãe, notando que se vive “um clima de guerrilha” e que os problemas com o filho “acabaram” quando ameaçou processar a escola.
A mãe de um antigo aluno, diagnosticado como disléxico, lamenta que a pedopsiquiatra que segue o filho lhe disse que ele estava a ter “uma experiência traumática” no Conservatório, de tal modo que “estava à beira de uma depressão e que não podia lá voltar”.
Em declarações ao JN, o director do Conservatório, António Moreira Jorge, assegura “desconhecer em absoluto” queixas de violência, salientando que quando estas são “reportadas”, “não ficam sem resolução, sejam elas quais forem”.
Fonte: ZAP