Apesar dos incentivos à natalidade, o concelho de Castelo de Paiva, assim como muitos outros do interior, está a viver um momento de desertificação. Há falta de empregos e não se encontram cá condições atractivas para fixar a população mais jovem, que opta por ir viver para o Porto, Santa Maria da Feira, Penafiel, Lisboa e outras cidades com melhores acessibilidades, infraestruturas e mais oportunidades de emprego.
Este movimento migratório está a afectar não apenas o contingente populacional, mas também algumas instituições do concelho, como o Centro Social do Couto Mineiro do Pejão, que pode se ver forçado a encerrar algumas de suas valências e respostas sociais.
Esta semana, em entrevista à Lusa, o presidente do Centro Social do Couto Mineiro do Pejão, Lino Pereira, revelou que a entidade terá de fechar valências devido ao processo de desertificação que ocorre em Castelo de Paiva: “O problema aqui é a desertificação. Não há emprego e cada vez há menos jovens”, revelou.
Segundo Lino Pereira, desde 2015 o número de crianças diminuiu consideravelmente. Foram 60 crianças que deixaram de frequentar o Centro Social, uma descida de 160 para 100 crianças. Por este motivo, as receitas oriundas da Segurança Social, só na área do pré-escolar, diminuíram cerca de 10 mil euros por mês, ao passo que as despesas fixas com o pessoal daquela valência até aumentaram, sobretudo com as educadoras, algumas das quais em topo de carreira, por terem mais de 30 anos de serviço. Hoje o Centro Social tem 73 trabalhadores.
Encerramento como solução
Neste contexto, o encerramento de algumas valências será a solução possível para salvar os outros serviços da instituição, nomeadamente o lar de idosos, com 38 utentes, e o apoio domiciliário, com 40, que são rentáveis e têm a sua capacidade preenchida. No entanto, por outro lado, no ano passado foi encerrada outra resposta da instituição que dava prejuízo, que era o serviço de refeições escolares, em vários estabelecimentos de ensino, que era prestado à Câmara Municipal de Castelo de Paiva.
Sobre a possibilidade de encerramento de valências na área da infância, a entidade afirmou lamentar e disse compreender que tais medidas podem ser necessárias para salvar a instituição.