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Home Ciência

Trabalhar em excesso é como conduzir bêbado

12 de Outubro de 2018
Reading Time: 6 mins read
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Trabalhar em excesso é como conduzir bêbado
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KaiChanVong / Flickr

As longas jornadas de trabalho aumentam os riscos de acidentes, os níveis de stress e até provocam dor física. Mas o grande problema é que muitas pessoas não podem, simplesmente, evitá-las.

De acordo com as últimas estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), mais de 400 milhões de pessoas trabalham 49 ou mais horas por semana, uma proporção considerável de quase 1,8 mil milhões de trabalhadores em todo o mundo.

Em entrevista ao New York Times, até mesmo o empresário Elon Musk, criador da Tesla, se comoveu ao contar que passou a noite do seu 47.º aniversário dentro de uma fábrica. “Sem amigos, nada”, desabafou. E, provavelmente, foi só mais um dia numa semana de 120 horas de trabalho.

Trabalhar durante muitas horas e fins-de-semana tornou-se numa marca da cultura de startups de Silicon Valley – e tem-se espalhado por várias partes do mundo.

O problema é que a cultura de longas jornadas de trabalho não significa, necessariamente, ser mais produtivo, ou no mínimo, estabelece um preço alto para se atingir esse objectivo.

Há muitas evidências de que trabalhar demais reduz a produtividade, além de fazer com que a pessoa se sinta – e às vezes de facto esteja – menos saudável. Esse estilo de vida aumenta as hipóteses de desenvolver várias doenças.

Ainda assim, milhões de trabalhadores parecem incapazes de se voltar contra isso, desde médicos a trabalhadores temporários até freelancers. E o que acontece, então?

Isto vai doer

Pode parecer óbvio e é – uma pessoa que trabalha em excesso fica cansada e, portanto, mais propensa a sofrer um acidente no trabalho. Mas provar essa relação é impressionantemente difícil.

Um estudo que analisou 13 anos de registos de trabalho nos EUA descobriu que “trabalhar em empregos com horas extra estava associado a uma taxa de risco de lesões 61% maior em comparação com trabalhos sem horas extra”.

Esse estudo não chega a dizer que o cansaço é a principal causa do aumento de risco, mas há amplas evidências disso. Por exemplo, se acordou às 8 horas e ficou de pé até à 1 hora do dia seguinte (ou seja, ficou acordado durante 17 horas seguidas), o seu desempenho físico será, provavelmente, pior do que se tivesse uma concentração de 0,05% de álcool no organismo. Essa é a média que um homem de 73 kg teria se tivesse bebido duas latas de 355 ml de cerveja. É isso mesmo: está “bêbado” de cansaço.

Se permaneceu acordado durante até 5 horas, a disfunção seria parecida a ter 0,1% de álcool no sangue – 0,08% é considerado o limite legal para conduzir na maioria dos países do mundo .

Portanto, um indivíduo que fica acordado a noite inteira terá seu desempenho físico (como o tempo de reacção ou a coordenação motora) tão prejudicado quanto se ele estivesse bêbado ao volante. E se não poderia sequer conduzir, será que é capaz de trabalhar com segurança e competência?

Talvez digitar num computador não seja tão arriscado, mas é certamente algo importante a considerar quando se faz um trabalho físico ou manual – ou se o trabalho requer atenção a detalhes.

O algoritmo

Não são poucas as pessoas que ficam presas a um ciclo vicioso – elas dependem das horas extra para conseguirem ter um rendimento que pague as contas. E ficam reféns de um sistema que as incentiva a trabalhar várias horas ou à noite, se os seus clientes vivem em outros fusos horários.

Esse é o exemplo comum de trabalhadores temporários no sudeste da Ásia e em África, que são contratados por companhias ou empreendedores dos EUA ou da Europa através de plataformas freelancers para tarefas como escrever códigos, publicações para blogues, desenvolver sites ou gerir redes sociais.

Uma pesquisa recente conduzida por Alex J. Wood, do Instituto de Internet da Universidade de Oxford, no Reino Unido, revela que os algoritmos que distribuem as tarefas a estes profissionais contribuem para o excesso de trabalho. Isso porque quanto mais alto o profissional estiver no ranking dessas plataformas, maiores serão as hipóteses de ele ser contratado para novos trabalhos.

Mas para conseguir boas recomendações de clientes, acabam a fazer tudo o que os seus clientes querem, deixando pouco espaço para negociar melhores condições. “Têm que estar disponíveis a qualquer momento. Se o cliente tem um prazo apertado, eles têm de aceitá-lo. De contrário, receberão uma má avaliação”, refere Wood.

Se o profissional não está no topo do ranking, essa pressão aumenta. Alguns tentam atrair mais tarefas cobrando tarifas extremamente baixas, o que os força a trabalhar muitas horas por pouco dinheiro. Além disso, muitos investem várias horas em trabalho não remunerado, como administrar perfis, oferecer trabalhos na plataforma e desenvolver habilidades para criar perfis mais atraentes. Isto além da já exaustiva rotina de trabalho.

Este padrão parece replicar-se em várias áreas de trabalho temporário. Nos EUA, há notícias de que motoristas que trabalham para aplicações informáticas conduzem durante até 20 horas diárias para terem vantagens nas tarifas. No Reino Unido, a Uber limitou os seus motoristas a trabalharem até 10 horas seguidas após uma investigação parlamentar.

Um estudo americano com registos de 13 anos descobriu que “trabalhar em locais com jornadas de horas extra estava associado a um risco 61% maior de lesões“.

De acordo com Wood, “o impacto mais óbvio é a falta de sono”, que reforça o ciclo vicioso de pouco descanso e longas jornadas. “As pessoas seriam mais produtivas se não trabalhassem tantas horas. Mas a forma como os negócios são criados não permite que maximizem a produtividade porque precisam de trabalhar até tarde para cumprir prazos”. Plataformas de freelancers têm sido criticadas por enaltecer esse estilo de vida pouco saudável.

Sempre à disposição

A época em que o trabalho terminava e as pessoas saíam do escritório acabou. Confirmar e responder a mensagens de trabalho parece inevitável. A tecnologia móvel “aumenta as expectativas: gerentes e colegas esperam que a equipa esteja sempre pronta para trabalhar”, constata um artigo de Ian Tower, investigador da Universidade SRH Hochschule, em Berlim, na Alemanha.

Mas estar disponível não é o mesmo que estar de folga, e a forma como o corpo reage a tais situações é diferente. Um estudo de 2016 descobriu que os níveis de cortisol (a hormona que regula a reacção de “lutar ou fugir” e que tem papel importante no stress) de pessoas que estão à disposição aumentam mais rápido de manhã, mesmo que elas não trabalhem naquele dia.

Esta hormona, geralmente, tem um pico de concentração quando acordamos e sofre redução ao longo do dia. Mas os cientistas acreditam que factores de stress diário alteram esse ciclo: os níveis sobem mais rápido se se esperar um dia stressante; os níveis permanecem altos se se está cronicamente stressado; e os níveis não aumentam se se sofrer uma Síndrome de Burnout –  que é, geralmente, precedida por um período de stress crónico.

Como resultado, as pessoas têm dificuldade de se distanciar mentalmente do trabalho quando estão de alerta, além de evitarem fazer actividades que realmente querem.

O que fazer?

Trabalhar durante dias a fio não é inteligente, mesmo que se seja o Elon Musk. A notícia da sua rotina insalubre de trabalho não foi bem recebida por investidores, e as acções da Tesla caíram 8,8% logo após a entrevista ao New York Times, a meio de suspeitas de que o seu estado mental já estaria abalado pelo cansaço.

Tome isso como um alerta: se puder evitar trabalhar tanto, faça-o, já que não há efeitos positivos na saúde, bem-estar ou produtividade. Mesmo que pense ser uma excepção, provavelmente não a é.

O grande risco é para a maioria dos freelancers vulneráveis que não parecem ter oportunidade de interromper o ciclo de trabalho excessivo. O problema por trás disso, como diz Wood, é que “os clientes podem prejudicar os ganhos futuros de profissionais, com os freelancers a terem pouco poder de negociação”.

É improvável que estas plataformas mudem a forma de operar, especialmente quando este modelo de negócios permite a movimentação de milhões de dólares por ano. Enquanto isso, se contratar um freelancer online, talvez seja melhor dar-lhe mais tempo: podem não apenas fazer um trabalho de mais qualidade, como a vida deles também pode ser melhor.

Tags: Ciência & SaúdeDestaqueempregoErgonomiaInvestigaçãosaúde
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