Tiago Petinga / Lusa
O presidente da EDP, António Mexia
Em 2018, o presidente-executivo da EDP, António Mexia, ganhava 2,2 milhões de euros brutos, cerca de 6 mil euros por dia. Um salário exorbitante, apesar de os lucros da empresa terem caído para metade nesse ano.
Apesar disso, o salário de António Mexia foi 100 mil euros inferior ao que recebia em 2017, uma quebra de 3,9%. Os valores foram revelados no Relatório e Contas da EDP, relativo ao ano de 2018.
O salário do CEO, segundo o Correio da Manhã, foi 54 vezes superior à média paga pela elétrica aos seus trabalhadores. Foram gastos 471,65 milhões de euros com os 11631 empregados, que resulta numa média de 40550 euros anuais.
Quando comparado ao salário mínimo nacional, António Mexia recebia 3665 vezes mais. Além de Mexia, houve seis gestores a receber acima de um milhão de euros: Nuno Almeida Alves, João Manso Neto, António Martins Costa, Miguel Stilwell de Andrade, Miguel Ferreira Setas e Rui Lopes Teixeira.
De acordo com o Dinheiro Vivo, a despesa da EDP com salários dos administradores executivos, em 2018, foi superior a 11,3 milhões de euros — menos 568 mil do que o ano anterior. Este ano, se cumpridos os objetivos, os administradores da EDP podem ganhar até 15,4 milhões.
O ano de 2018 não foi particularmente fácil para a empresa do setor das energias. A EDP registou uma queda de 53% do seu lucro consolidado, registando prejuízos na ordem dos 18 milhões de euros em Portugal. Esta foi a primeira vez, desde a sua privatização, que a empresa apresentou prejuízo na sua operação nacional.
A EDP justificou que as contas do ano passado refletem “o forte impacto negativo de elevada fiscalidade e decisões regulatórias adversas em Portugal”.
António Mexia sugeriu um novo plano estratégico da EDP até 2022 e explicou aos analistas financeiros e aos investidores internacionais que o futuro da empresa passa pela venda de ativos em Portugal e por uma maior aposta em renováveis.
O primeiro-ministro António Costa já tinha tecido críticas ao salário de mexi, quando no ano passado falou sobre a disparidade salarial dentro das empresas, entre o cargo de topo a remuneração mais baixa. “Se for a uma empresa tipo EDP vai ver que o salário de topo é 210 vezes o salário mínimo. Não é aceitável esta disparidade“, rematou Costa.
Fonte: ZAP