Detetar e destruir: este é o novo plano da NASA para afastar asteróides potencialmente perigosos da Terra. A agência espacial norte-americana acredita que pode destruir asteróides ou quaisquer outros objetos espaciais indesejados.
Na quarta-feira, o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia dos EUA divulgou um relatório no qual descreve como é possível proteger a Terra de asteróides que representem um perigo real para a Humanidade, de acordo com a AP.
Segundo o especialista da NASA responsável pela defesa planetária, Lindley Johnson, os cientistas já descobriram 95% de todos os objetos na proximidade da Terra com diâmetro superior a um quilómetro. No entanto, alerta que os objetos espaciais não precisam de ser grandes para terem uma força destrutiva – tal como aconteceu quando caiu o meteorito de Chelyabinsk a 15 de fevereiro de 2013.
O diâmetro deste meteorito era apenas de 20 metros, mas libertou um poder explosivo equivalente a 500 mil toneladas de TNT, 30 vezes a energia libertada pelas bombas nucleares lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945.
De acordo com o relatório divulgado, se um desses meteoritos caísse diretamente sobre uma cidade populosa, mataria milhões de pessoas.
No entanto, este assunto implica várias dificuldades. De acordo com Johnson, para prevenir a ameaça proveniente da queda de um asteróide ou meteorito, é necessário saber com antecedência quando é que o corpo celeste chegaria à Terra, e o seu local de impacto.
Nesse caso será possível construir uma nave especial para intercetar o asteróide ou evacuar a população do lugar da sua possível queda. Além disso, o especialista sublinha que há numerosos objetos perigosos, que voam em torno do Sol e se aproximam de nós do lado iluminado pela luz do dia.
A NASA já tinha divulgado um plano, conhecido como HAMMER, para destruir objetos espaciais potencialmente perigosos. Este plano consiste em enviar uma nave até ao asteróide, para que esta penetre no objeto perigoso e detone uma carga nuclear, destruindo-o.
Este plano deveria ser aplicado se o asteróide não fosse detetado a tempo. Caso possa ser detetado, os cientistas também enviarão a nave, mas com uma carga convencional.
O HAMMER – Hypervelocity Asteroid Mitigation Mission for Emergency Response – é fruto da colaboração entre a Administração Nacional de Segurança Nuclear dos EUA, a NASA e os departamentos de energia de duas empresas norte-americanas. Até o momento, o plano continua apenas a ser um projeto, não tendo ainda a nave sido construída.
Existe ainda outro projeto elaborado pela NASA e pelo Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, que prevê ações necessárias para afastar asteróides que sejam grandes demais para serem destruídos – trata-se do Teste de Reorientação de Asteroides Duplos (DART). O DART será a primeira missão da NASA que prevê o ataque contra um asteróide para mudar a trajetória de seu voo.
Estes planos são na prática retratados em filmes de ficção científica como Armageddon, com Bruce Willis, ou Deep Impact, com Morgan Freeman. Em ambos os casos, a humanidade reage à chegada iminente do “meteorito do fim do mundo” enviando ao seu encontro uma nave (ou duas, no caso de “Armageddon”) com a missão de o destruir.
Mas pelo menos na ficção científica, este conceito não é propriamente novo. Há quase 40 anos, já o filme Meteor, com Sean Connery , explorava a ideia de enviar uma nave espacial carregada de armas nucleares ao encontro de um asteróide potencialmente apocalíptico.