Várias centenas de toneladas da atmosfera terrestre escapam para o espaço diariamente, particularmente quando o oxigénio consome energia suficiente das colisões energéticas produzidas pela aurora boreal.
De acordo com um comunicado do projeto Earth Observatory da NASA, cada um destes vazamentos atmosféricos é diferente dos demais, o que torna a compreensão deste fenómeno um verdadeiro desafio. Os cientistas da agência espacial norte-americana descrevem este fenómeno como “fontes de gás” que escapam da Terra.
Para melhor compreender e estudar estas fugas, a agência espacial norte-americana criou um projeto, procurando identificar as “vias de fuga” da atmosfera terrestre.
De forma a encontrar dados detalhados, os investigadores do projeto VISIONS-2 da NASA usaram duas naves espaciais não guiadas equipadas com instrumentos de pesquisa. Estes pequenos foguetes podem realizar voos até ao espaço, conseguindo depois retornar à Terra para mapear o fluxo de oxigénio durante uma aurora potencialmente curta.
Os foguetes foram lançados a partir do observatório de Ny-Alesund, na ilha ártica de Spitsbergen, na Noruega, a 7 de dezembro de 2018, no mesmo dia em que ocorreu uma aurora boreal.
A fotografia abaixo apresentada, incorporada no Twitter na NASA, mostra os primeiros estágios do lançamento, sendo possível observar a ignição e a queima dos dois foguetes, lançados com dois minutos de intervalos. O fumo visível é oriundo do primeiro lançamento, e é iluminada pelo rasto do segundo.
Já a fotografia apresentada no início da notícia mostra a aurora boreal em Ny-Alesund, captada no final de novembro de 2018.
“O lançamento foi um momento muito emocionante, ainda mais quando verificamos que todos os instrumentos tiveram um bom desempenho e as condições para a Ciência eram boas”, disse Doug Rowland, investigador principal da missão e físico espacial do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA.
Uma análise preliminar dos dados do VISIONS-2 demonstrou que os instrumentos lançados parem ter voltado com os dados esperados. “Acredito que vimos a ‘fonte atmosférica’, acrescentou Rowland. Os dados carecem ainda de ser analisados e dimensionados, “mas podemos ter evidências [da fonte atmosférica] de múltiplas perspetivas”.
Uma melhor compreensão das perdas atmosféricas na Terra pode ajudar os cientistas a melhor perceber os outros planetas, compreendendo quais destes ficaram desolados e quais os são potencialmente habitáveis.
No entanto, não há motivo para alarme. De acordo com os cientistas, a Terra não ficará sem oxigénio em breve: mesmo com as taxas de perda atuais, devemos ainda ter atmosfera por milhões e milhões de anos.
O VISIONS-2 faz parte da iniciativa multinacional Grand Challenge, que inclui uma série de 11 lançamentos de foguetes no total ao longo de dois anos.