Um grupo de cientistas e académicos sul-africanos considera diminuir o brilho do Sol para evitar uma seca devastadora na Cidade do Cabo, de acordo com um novo estudo científico recentemente publicado.
Os especialistas pretendem lançar para a atmosfera superior partículas minúsculas para refletir a luz do Sol e reduzir a sua intensidade. Na prática, sugerem tornar o ambiente da Cidade do Cabo menos solarengo, explica o jornal sul-africano The Mail & Guardian.
Trata-se de um plano controverso, quer pelo seu impacto no clima quer pelas suas implicações geopolíticas. Contudo, face à perspetiva real do “Dia Zero”, isto é o ponto em que não há água suficiente para todos, podem ser necessárias medidas mais drásticas.
A libertação de dióxido de enxofre sob a forma de aerossóis na estratosfera reduziria o risco de seca no “Dia Zero” até ao final do século em cerca de 90%, segundo o estudo levado a cabo pelos cientistas, publicado na revista Environmental Research Letters.
Tal como explica o portal Futurism, a intervenção proposta pelos académicos sul-africanos tem como objetivo não piorar as previsões de seca no território sul africano.
De acordo com o novo estudo, injetar estas partículas reflexivas na atmosfera manterias as atuais probabilidades de o “Dia Zero” ocorrer, em vez de permitir que este fenómeno extremo se torne mais provável à medida que as mudanças climáticas
Mesmo que o plano seja aprovado e resulte, este tipo de geo-engenharia que visa diminuir o brilho do sol seria só parte da equação para resolver o problema, uma vez que estes aerossóis nada fazem para reverter a mudança climática em si – na prática, apenas iriam mascarar os efeitos que estas mudanças têm no planeta.
O mesmo portal de Ciência frisa ainda que não é claro que consequências é que estas ações, que interferem diretamente no ambiente, poderiam trazer a nível geopolítico.
Pesquisas citadas pelo The Mail & Guardian sustentam que estes esforços poderiam mesmo desencadear conflitos internacionais.