O presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros, disse que o país está a perder cerca de um milhão de turistas todos os anos devido à lotação do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
“Muito provavelmente, à volta de um milhão de turistas por ano. Sabendo o que cada turista gasta e a transversalidade do turismo, imagine-se o impacto que isto tem”, disse Francisco Calheiros em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1.
Para o presidente da Confederação do Turismo de Portugal, o aeroporto de Lisboa é “uma pedra no sapato” do país. Calheiros aponta a falta de capacidade da Portela e o facto de estarem a ser recusados a chegada de voos todos os dias por falta de slots – vagas para movimentação de aviões.
Calheiros recorda que o aeroporto “entupido” está a gerar danos negativos na imagem do país e dá o exemplo das filas criadas no controlo de passaportes. A responsabilidade, diz, é do Governo, a quem pede para não “privilegiar determinados interesses corporativos”.
O presidente da Confederação do Turismo de Portugal mostra-se ainda preocupado com as decisões que ainda faltam tomar. “Se amanhã se vier a descobrir que determinadas aves podem ficar prejudicadas pelo barulho dos aviões ainda vamos fazer mais um estudo de um ano. Isto não é possível”, explicou.
Montijo só deverá chegar em 2022
A solução prevista para o Montijo só deverá chegar em 2022, data que deixa o sector do turismo preocupado. Francisco Calheiros considera que é urgente tomar uma decisão e fazer avançar o projeto.
“De 2002 para 2009 passou-se de 34 para 36 milhões de dormidas. De 2009 para 2017 passou de 36 para 59 milhões. Isto é incomportável, são mais 20 milhões”, sustentou.
Na entrevista, Francisco Calheiros nota que ainda faltam quatro anos para a base aérea do Montijo estar a funcionar como pista complementar do aeroporto da Portela, caso tudo decorra dentro do previsto. Lembrou ainda que o “o Montijo não é o novo aeroporto, é a expansão da Portela”, reiterou.
Descontente com as longas filas e demoras no aeroporto de Lisboa, um passageiro norte-americano disse, em declarações ao Diário de Notícias, que o aeroporto “é gerido por amadores”, considerando mesmo esta situação uma “anedota”.
“Os habituais 45 minutos de demora para sair do aeroporto, um funcionário a carimbar passaportes de fora da União Europeia, é uma anedota”. “Os passageiros na fila estão a passar-se, é absolutamente inconcebível, duas pessoas sem fazer nada nas chegadas. Este sítio é gerido por amadores“.
Fonte: ZAP