Angola continua com o “irritante” relativamente ao Governo de António Costa. Quem o diz é Marques Mendes no seu habitual espaço de comentário no “Jornal da Noite” da SIC, neste domingo, onde deixou mais críticas do que elogios.
Comentando o encontro entre o presidente do PSD, Rui Rio, e o presidente de Angola, João Lourenço, Marques Mendes entende que “não é normal um chefe de Estado receber com pompa e circunstância um líder da oposição de outro país”.
“Não é normal uma visita preparada com rapidez e em segredo, em antecipação à viagem prevista do primeiro-ministro”, acrescenta o comentador da SIC, referindo-se ao facto de António Costa ter visita oficial a Angola marcada para 7 de Setembro.
“Angola usou Rui Rio para dar uma bofetada política no Governo de António Costa”, não duvida o ex-presidente do PSD, salientando que o encontro com o líder do partido foi organizado para enviar um recado ao Executivo socialista.
“O Governo angolano quis reforçar que a relação política preferencial em Portugal é com o PSD e não com o PS”, sustenta o comentador, concluindo que é algo que vem de “há muitos anos”. “Desde sempre que as relações do MPLA e do Governo de Angola são muito mais com Governos PSD do que com Governos PS”, diz.
Marques Mendes constata que mesmo após o desaparecimento do “irritante judicial do caso Manuel Vicente”, continua a haver “um irritante com o Governo de António Costa”.
Selecção chegou a ser “medíocre”
O comentador também falou da Selecção Portuguesa e da eliminação do Mundial da Rússia, nos oitavos-de-final. “O balanço só não é mais negativo porque a equipa campeã, a Alemanha, ainda se saiu pior”, considera Marques Mendes.
O líder social-democrata diz que a prestação da equipa foi “sofrível” e chegou a ser “medíocre” em dados momentos. “Jogámos sempre a medo, sem autoridade, sem criatividade e, em vários momentos, faltou ambição e atitude”, aponta.
Elogios deixa Marques Mendes aos adeptos que foram ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, receber a equipa no regresso a Portugal. “Os portugueses foram de uma generosidade fantástica“, diz.
Marques Mendes comentou também o facto de o Banco de Portugal (BdP) ter emitido um parecer no qual nota a sua oposição à divulgação dos grandes devedores à banca, argumentando com o princípio do sigilo bancário.
Uma posição que o ex-líder do PSD classifica como “lamentável e até censurável”, já que “o BdP está objectivamente a beneficiar o infractor”.
O comentador lembra que “alguns grandes devedores” devem “muitos milhões de euros” aos bancos e que há “empresas falidas” que “por isso não pagam”, mas cujos donos “não parecem falidos”. “Têm dinheiro, têm património, nada pagam e até se vangloriam de que nada lhes acontece”, o que é “jurídica e moralmente inaceitável”, conclui.
Assim, o social-democrata refere que “o BdP devia censurar estes comportamentos” até “para dissuadir que se repitam”.
Fonte: ZAP