Depois da estreia no Coliseu do Porto, e de passagens pelo Grande Auditório do Vilar Oporto Hotel e pelo Altice Forum Braga – e com várias salas de espetáculos do norte ao sul do País já fixadas no calendário até 2026 -, a peça “Anne Frank – O Musical”, da Plateia d’Emoções, tem encontro marcado com o público de Santa Maria da Feira no próximo dia 24 (sexta-feira), no Grande Auditório do Europarque (1.408 lugares), às 21h30.
O diário da jovem de origem judaica vítima do Holocausto sobe assim ao palco uma vez mais, sempre com a certeza de que cada espetáculo é semente de novas dinâmicas, transpostas para salas de aulas e potenciadas pelos conteúdos pedagógicos que a companhia artística de Vila Nova de Gaia disponibiliza aos professores dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, depois de assistirem, com os seus alunos, à obra.
“O QR Code que facultamos aos professores dá acesso a atividades pedagógicas transversais que têm o objetivo de dar continuidade, em sala de aula, aos temas desenvolvidos na peça apresentada. Os materiais foram desenvolvidos por uma equipa de profissionais com experiência no ensino e visam criar o gosto pelo teatro e pela música”, explica Fernando Tavares, diretor artístico e encenador da Plateia d’Emoções.
Baseada na história da jovem alemã de origem judaica vítima do Holocausto, a obra do grupo gaiense é a primeira de envergadura em Portugal em formato de teatro musical tendo por base aquele que é, talvez, o diário mais famoso do mundo. O Diário de Anne Frank inspirou a companhia de Vila Nova de Gaia numa produção original, com 15 atores em cena e o trabalho de um total de 30 profissionais de diferentes áreas técnicas.
Hélder Reis, conhecido profissional de televisão, foi o autor do texto e letras originais, e apresenta a autora alemã “como nunca foi mostrada”, segundo Fernando Tavares, que sublinha que a peça surge no timing certo, numa altura em que se assiste por várias geografias a um crescimento de contextos de intolerância e conflito.
“Anne Frank – O Musical” é um hino à amizade, ao amor, à paz, à família e à esperança, através de 10 músicas originais e 20 cenas musicadas, de uma expressividade assinalável.
A orquestração é de André Ramos, músico que passou pela London Symphony Orchestra, Philharmonia Orchestra, London Arts Orchestra e Hong Kong Sinfonietta, e desenvolveu trabalho para os maestros John-Elliot Gardiner, Paul Daniel e Leif Segerstam, entre outros. Para de ter colaborado em musicais como “Fame”, “Scents of Light”, “Rent”, “Grease”, “Lion King” e “Jesus Christ Superstar” (de Filipe la Féria), para só citar alguns.
A cenografia de Fernando Tavares reconstitui o anexo secreto (hoje casa-museu) onde Anne Frank se refugiou durante mais de dois anos, em Amesterdão, juntamente com mais sete pessoas, é dinâmica e movimenta-se ao som das melodias como se de uma coreografia se tratasse.
Em palco estão 15 jovens com provas dadas no teatro nacional que emprestam à peça uma envolvência especial.
Criada em 2011, a Plateia d’Emoções especializou-se em 2015 em teatro musical. A companhia desenvolve uma média de 150 espetáculos por ano (para uma mão cheia de produções teatrais). Aposta, essencialmente, no desenvolvimento do público do futuro, o seu “grande farol”, como reconhece o fundador. As suas plateias são constituídas por cerca de 85% de público em idade escolar. E, invariavelmente, as digressões das peças que (re)cria costumam levá-la a quase uma vintena de cidades.
“Queremos cultivar o hábito de ir ao teatro e é por isso, também, que não levamos as nossas peças às escolas, mas sim a instalações com todas as condições técnicas para a arte cénica desenvolver-se com a qualidade que os públicos merecem”, costuma enfatizar Fernando Tavares.
‘Anne Frank – O Musical’
FICHA TÉCNICA:
Direção Artística, Encenação e Cenografía | Fernando Tavares
Texto e Letras | Hélder Reis
Música | André Ramos
Direção Vocal | André Lacerda
Coreografia | Clara Capucho
AGENDA:
- Grande Auditório do Europarque (Santa Maria da Feira)
24 de maio, 21h30 – para público em geral
Preços dos bilhetes: de 14 a 18 euros