A ANTRAM e a FECTRANS assinaram esta quarta-feira um acordo relativo ao contrato coletivo de trabalho numa reunião no Ministério das Infraestruturas e da Habitação, em Lisboa.
José Manuel Oliveira, coordenador nacional da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, FECTRANS, considerou que o acordo resolve algumas das “questões nucleares” dos trabalhadores, prevendo aumentos salariais de pelo menos 120 euros.
Pedro Polónio, vice-presidente da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, ANTRAM, disse que “foi possível hoje concretizar, de uma forma um pouco mais fina, aquilo que tinham sido as grandes questões que ficaram acordadas em maio”.
“Hoje, estamos próximos da redação final daquilo que vai ser a revisão da convenção coletiva que vai entrar em vigor a partir de janeiro”, acrescentou da Pedro Polónio, no final da reunião.
Considerando o acordo “algo muito relevante” para um setor que está “a viver dias difíceis”, Pedro Polónio frisou que com esta decisão o patronato quer “passar uma mensagem de confiança aos trabalhadores, aos empresários”.
À entrada para a reunião, André Matias de Almeida, representante da ANTRAM, sublinhou que “o que se acaba de produzir conjuntamente com a FECTRANS, num trabalho árduo de muitas horas, pode vir a ser histórico para o setor”.
A FECTRANS, organização sindical afeta à CGTP, não aderiu à greve convocada pelo Sindicato dos Motoristas de Transportes de Matérias Perigosas, SIMM, em curso desde o início da semana.
Em declarações às televisões, o porta-voz deste sindicato, Pedro Pardal Henriques, considerou entretanto que o acordo esta quarta-feira entre a FECTRANS e a ANTRAN foi obtido “à revelia de tudo aquilo que os motoristas pretendiam”.
“O país está aqui em estado de crise energética porque os motoristas têm-se revoltado e têm reclamado condições que não são aquelas que estão no acordo. A Antram e a Fectrans resolveram assinar um acordo contra a vontade dos motoristas“, acrescentou o representante do SIMM. “Estarei amanhã às 15 horas a aguardar que a ANTRAM tenha a coragem de vir falar connosco para evitar o caos e o sofrimento destas pessoas“.
A organização patronal rejeitou já o apelo do representante sindical, mantendo a decisão de não negociar com os sindicatos enquanto estes mantiverem a greve.
O primeiro-ministro, António Costa, saudou hoje o acordo alcançado entre a Antram e a Fectrans, afirmando que “imperou o bom senso e o diálogo”, e desejou que seja um “exemplo seguido por outros”.
“Saúdo vivamente o acordo alcançado entre a Fectrans e a Antram. Neste caso imperou o bom senso e o diálogo”, escreveu António Costa na sua página na rede social Twitter.
O primeiro-ministro sustentou que se conciliou “o respeito pelos direitos dos trabalhadores e os interesses das empresas, possibilitando negociar sem confrontação” e afirmou esperar que “que seja um exemplo seguido por outros”.
Fonte: ZAP