À medida que as mudanças climáticas aceleram, as árvores que habitam nas florestas do leste dos Estados Unidos estão a ficar cada vez mais vulneráveis, o que causa uma grande perda na florestação da região que é conhecida pelas áreas verdes.
Kristina Bezanson, arborista e professora da Universidade de Massachusetts, explica que apesar de o estado de Boston (onde se localiza a região da Nova Inglaterra) ser “fortemente arborizado, estão-se a perder muitas árvores, o que exige a presença de muitos arboristas, o problema é que existem muito poucos”.
Contudo, Bezanson está a ensinar a próxima geração de arboristas, e garante que esta profissão é o futuro. A professora explica que os alunos especializados em arboricultura “têm muitos empregos à sua espera que podem escolher à vontade”, acrescentando que “têm uma taxa de colocação profissional de 150%”.
A região da Nova Inglaterra é conhecida pelas áreas verdejantes, uma vez que 75% da região é composta por florestas. Estas florestas, geralmente, cresceram duas vezes após o desmantelamento das árvores para extração de madeira no início do século XX. Para um olho destreinado, a presença de um panorama “muito verde” pode ser bom. Contudo, para os olhos treinados, isso pode não ser assim tão favorável.
Segundo o New York Times, um aumento de floresta faz com que muitas espécies de árvores – incluindo carvalho, bordos, cicuta, olmos e pinho branco, que têm as suas próprias pragas ou doenças – fiquem mais vulneráveis.
Muitas árvores também são afetadas por episódios de seca ou chuva intensa, pelo aumento das temperaturas, pela mudança da duração das estações, ou pelo clima extremo, bem como pela poluição do ar e por plantas invasoras que as sufocam ou deslocam. A lista de ameaças é longa, e cresce rapidamente, o que significa que as árvores não têm tempo suficiente para se recuperar e se adaptar.
Mesmo um rápido passeio por uma cidade da Nova Inglaterra pode revelar muito sobre a deterioração das árvores da região. Numa manhã no final do verão, as gémeas arboristas LeVangies inspecionaram várias árvores em Petersham. As duas irmãs visitaram um carvalho que cresceu pouco durante a estação, provavelmente por causa da seca.
As LeVangies visitaram uma árvores que já tinha folhas vermelhas e amarelas. “As pessoas olham para isso e dizem: Olha, o outono está a chegar, vai ser um outono colorido!”, disse Bear LeVangie, que garante que isso não é bom, pois é um indicio de que “a desfolhada das árvores está a acontecer mais cedo do que o previsto porque estas se encontram stressadas”, explicou.
Muitos arboristas estão a ter em conta as alterações climáticas, e o impacto destas, nas florestas e até sugerem plantar as árvores noutras regiões que não estejam a sofrer tanto de problemas como secas, uma vez que se espera que o alcance de algumas espécies de árvores mude para o norte, após o aquecimento das temperaturas.
Nos EUA, as famílias possuem cerca de 35% das florestas, de acordo com o Family Forest Research Center em Amherst, sendo que em Massachusetts as famílias possuem 70% das florestas. O futuro da paisagem da região está ligado às decisões que essas famílias estão a pensar tomar em relação às árvores.
Paul Catanzaro, professor associado da UMass Amherst , refere a importância de “manter a floresta”, e diz que “os proprietários das terras estão a tornar-se mais conscientes do impacto das mudanças climáticas”.
Contudo, e apesar de uma preocupação geral por parte da população, as gémeas LeVangies consideram que muitas pessoas ainda não entendem a importância das árvores. “Se as árvores fornecessem Wi-Fi, as pessoas iriam plantá-las em todo o lado”, lamenta Bear LeVangie.